ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Record, em Taboão da Serra
O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) afirmou nesta sexta-feira, no desfile cívico do Dia da Independência, que “todos” os funcionários públicos municipais de Taboão da Serra terão reajuste salarial a partir do ano que vem, no mínimo, reposição da inflação todo ano. Na campanha eleitoral em 2016, Fernando prometeu que daria aumento aos servidores com uma condição, o crescimento da receita. Ele disse que a prefeitura teve “uma pequena reação da arrecadação”.
Fernando disse que discutirá a proposta de aumento com a base governista no início da semana. “Vou ter uma reunião na segunda-feira com os nossos sete vereadores para estarmos discutindo o reajuste para já incluí-lo no orçamento que estamos enviando para a Câmara, e também incluir uma cláusula que diz o seguinte, que a partir do ano que vem – terei dois anos para cumprir isso – teremos que passar pelo menos a inflação no reajuste salarial todo ano”, afirmou.
Apesar de a reivindicação ser antiga, Fernando garantiu que agora sairá. “Provavelmente, não. Vai ser aprovado, já vai ter o seu reajuste. Reajuste geral, para todos os funcionários”, disse. Ele informou que ainda não definiu se em 2019 pagará somente a reposição da inflação. “Estamos estudando, falei com o Takashi [Suguino] e o Adelço [Buher, secretários de Administração e Finanças], estamos fazendo projeções. No orçamento vai estar colocado”, afirmou.
Na sessão passada, os cinco vereadores que eram da base de apoio ao governo e romperam com o prefeito tentaram aprovar um requerimento cobrando “revisão geral de remuneração dos servidores públicos municipais”. Alex Bodinho (PPS) – pivô do racha com Fernando -, autor da proposição, Eduardo Nóbrega, Carlinhos do Leme, André Egydio e Érica Franquini, todos do PSDB, tentaram colocar a matéria em preferência para votação, mas a iniciativa foi barrada.
Fernando negou que resolveu discutir o reajuste aos servidores por pressão dos vereadores dissidentes. “Não. Porque tem que atender, o servidor merece, neste ano já tivemos uma pequena reação da arrecadação. A gente espera que agora com o novo governo [a partir de 2019] a arrecadação também suba, que o ambiente do país seja mais otimista, e a gente possa estar passando isso para o funcionalismo. É nisso que acreditamos e por isso estamos fazendo”, disse.
A reivindicação de aumento ao funcionalismo é antiga. Com os servidores sem reajuste há cerca de 20 anos, muitos salários estão muito defasados e são acrescidos de abono para não ficar abaixo de um salário mínimo. Nesta quinta-feira, o VERBO recebeu informação de que tem funcionário público de Taboão, assistente de desenvolvimento escolar, ganhando R$ 730 de salário base. A reportagem sempre questionou Fernando sobre a falta de reajuste aos servidores.
Em setembro de 2016, na campanha, indagado pelo VERBO se seria possível dar aumento ao funcionalismo, Fernando disse que sim, mas sob ressalva. “Lógico, mas estou colocando uma condição, ela é responsável, é ter aumento de arrecadação. Veja que 17 Estados estão pedindo falência, já ouviu isso na história do Brasil? Não. Se a gente fosse irresponsável e dado aumento com a arrecadação caindo, chegamos em 2013, a arrecadação caiu o tempo todo”, disse.
Em abril daquele ano, ao afirmar que o “comprometimento” do orçamento com folha de pessoal era de menos de 40%, bem abaixo do limite mínimo de 51%, Fernando foi questionado pela reportagem que os servidores pediam aumento. “Não fazemos esse tipo de loucura quando não pode ser feito”, disse, ao contestar a considerável margem de folga. “É, mas a prefeitura não vive só de pagar folha de funcionário. Saúde funciona só com folha de pagamento?”, reclamou.
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