REGINA FERNANDES
Colunista do VERBO ONLINE
Como diria o Gato de Alice no País das Maravilhas: “Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”. Não saber aonde se quer chegar não é algo bom, ainda mais no caso de uma empresa, já que a orientação é a razão de sua existência. Isso porque ela deve trabalhar com metas a serem alcançadas a partir de um planejamento, seja ele de curto, médio ou longo prazo, avaliado periodicamente e com critérios técnicos.
As empresas que desrespeitam esses preceitos costumam durar pouco, seja por falta do planejamento correto, quanto por falta de coesão com seus valores e comprometimento da equipe. Em contrapartida, as empresas bem-sucedidas costumam ser aquelas que têm seus passos planejados e sabem lidar com imprevistos, compreendem seus colaboradores e consumidores, além de estabelecer com eles uma relação madura de convivência e de perspectiva de futuro. Assim, utilizam-se do planejamento operacional e tático para alcançar o estratégico, que, por sua vez, foi pensado para ser de executável e não para ficar guardado na gaveta.
A importância de uma definição de caminhos
Por isso, a definição do caminho a ser seguido é o resultado de estudos que antecedem a execução do projeto e levam em consideração vários aspectos da realidade e perspectivas futuras. São dados objetivos identificados em análises de conjuntura, abrangendo economia, política, desenvolvimento social infraestrutura e logística, limites para levantar recursos junto às agências de financiamento, definição de público alvo, tudo alinhado a declaração de missão e valores da empresa, além de uma boa dose de intuição e visão de como será o amanhã em um ambiente globalizado.
Questões básicas como: “Como está organizada a economia? ”, “Como serão as condições de educação, saúde, trabalho, moradia, transporte, saneamento e limpeza urbana? ”, “Como será o nosso meio ambiente? ”, “Como estará a consciência das pessoas? “. Nesse ponto não se deve definir o que a empresa fará, mas entender melhor aonde se quer chegar e quais métodos. A partir de hipóteses ousadas, embasadas em possibilidades de naturezas, política,
cultural e objetiva. Esse processo é um processo de equipe, em que todos devem participar.
A visão de futuro
A visão de futuro deve estar acima das diferenças, deve estar comprometida com a sustentabilidade (tanto do negócio em seu meio, quanto da sustentabilidade ecológica) e com a democracia. Portanto, estamos falando em busca de informações para ajustar um foco e estabelecer os valores que nortearão ou continuarão norteando o empreendimento em sua missão. Na hora de estruturar um negócio, é preciso analisar racionalmente todos os prós e os contras de sua viabilidade. Traçar um plano de negócios é essencial.
Estamos diante de cenários desafiadores, incluindo mudanças de mercado e concorrência cada vez mais qualificada e agressiva. É necessário ser ágil, com portfólio de produtos adequado aos consumidores, necessitando, muitas vezes, remodelar sua forma de produzir e se relacionar com seu público, visando sempre se tornar mais eficiente e sustentável. Abaixo, alguns pontos relacionados à visão de futuro que você precisa conhecer:
Inovação
Inovar é a capacidade de se reinventar, fazer as coisas diferentes, tornar o complexo em simples. A inovação deverá ser responsável por garantir a liderança efetiva, com soluções criativas capazes de transformar cenários e superar desafios rapidamente e sem perder o foco em todas as suas áreas de atuação. A inovação poderá ser sustentada por pilares como a visão de longo prazo, maximização de energias globais e redução de riscos.
Plano de meta
Toda empresa consolidada também precisa re-calibrar seus planos e metas, o que deve ser feito periodicamente para evitar desvio de rota, reforçar seus pontos fortes e propor soluções aos problemas que surgiram ao longo do trajeto já percorrido. A revisão se deve ao fato de o mercado ser flexível e altamente renovável por diversos motivos, podendo ser: por conta de novas políticas econômicas, da concorrência acirrada, da carência de profissionais, mudança
de tecnologia, abertura de novos nichos de mercado, aspectos ambientais ou simplesmente por esgotamento do mercado e o clamor do público por novidades.
Balanço periódico
No balanço periódico, a visão de futuro, que é o primeiro passo do planejamento estratégico, precisa ser recolocada a luz de uma nova reflexão, considerando-se os elementos que passaram a integrar a situação e não estavam presentes na avaliação anterior. Mesmo sabendo que esse processo é um exercício de imaginação, criatividade e sonho, ele não pode ser induzido por aspectos que perderam a relevância em uma sociedade influenciada por novos paradigmas, muito menos ignorar os novos elementos que chegaram para ficar.
Criação de novos produtos
A criação de novos produtos também exige um exercício de reflexão à parte de sua colocação no mercado, sem que se perca a sintonia com o planejamento estratégico da empresa. O diagnóstico do mercado precisa ser aprofundado, com o mapeamento de nichos de consumidores e seu potencial de consumo, bem como o estudo da linguagem adequada para evitar erros de abordagem. Tudo isso envolve aspectos culturais e identificação de demandas
reprimidas ou que estão sendo criadas. Ou seja, tudo está relacionado à compreensão da sociedade, seus valores morais, desejos e ambições.
Análise sempre
Para evitar erros fatais no planejamento é importante analisar clientes potenciais, fornecedores e concorrentes. Procurar um diferencial ou vantagem competitiva, através da comparação de seu produto ou serviço como o da concorrência. Estudar a legislação do segmento e conhecer profundamente as normas tributárias, de segurança e meio ambiente são coisas fundamentais. Cuide bem das finanças da sua empresa e esteja de olho, afinal, grande parte das empresas tem problemas e pode até fechar por conta disso. O equilíbrio entre receita e despesa deve ser constante e garantir reservas financeiras – escolha um contador parceiro que te auxilie nessas questões.
E por fim e não menos importante
Lembre-se de separar a empresa do empresário. Ter as contas pessoais e as contas da empresa misturadas é algo que, com certeza, renderá grandes problemas para você. Não ter uma separação clara entre as contas faz com que haja uma perda de controle financeiro e esse descontrole se dá por alguns motivos, dentre eles: falta da visibilidade dos gastos, confusão patrimonial, falta de clareza sobre os lucros da empresa, além de impedir que seja feita uma projeção do futuro da empresa com base no agora.
Conclusão
Esses são alguns pontos essenciais para se ter uma empresa duradoura no mercado. Dar uma atenção especial ao planejamento, sabendo se as metas traçadas são exequíveis, investir em inovação, analisar os resultados obtidos e as mudanças do mercado, além de ter cuidados financeiros, são coisas que devem estar no seu dia-a-dia. O motivo é simples: não basta apenas remar, é preciso saber para onde está remando e ter certeza se aquele lugar é para
onde quer ir.
> Regina Fernandes, contadora, pós-graduada em perícia contábil e marketing, com especialização em gestão de projetos (CEO Capital Social Contabilidade e Gestão), tem coluna publicada às quartas-feiras no VERBO ONLINE
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