ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Monte Alegre, em Taboão da Serra
O vice-prefeito de Taboão da Serra, Laércio Lopes (PSDB), pediu no sábado (1º) desculpas públicas ao prefeito Fernando Fernandes (PSDB), disse que se aliou aos cinco vereadores dissidentes por estar descontente no governo, mas “acordou em tempo” e desistiu do apoio à candidata a deputada federal Ely Santos (PRB). O próprio Fernando tinha acusado Laércio de fazer parte de uma tentativa de “golpe”, em que seria alvo de cassação para o vice assumir a prefeitura.
Na quinta-feira, Fernando disse entranhar ver, no dia anterior, em entrevista, o vice ao lado dos vereadores Eduardo Nóbrega, Carlinhos do Leme, Érica Franquini, André Egydio, todos do PSDB, e Alex Bodinho (PPS) ao anunciarem rompimento com o governo. “Chamam o vice, que ainda vai lá! E ainda dá uma declaração que deixou todo mundo de saia justa, de que fizeram acordo para apoiar [Paulo] Skaf [a governador]. Por trás disso há algo muito maior”, disse.
Laércio se reuniu com os “amotinados”, na definição de Fernando, no comitê da candidata a deputada federal Ely Santos (PRB), irmã do prefeito Ney Santos (PRB). Embora tenha dito, diante do candidato Hugo Prado (PSB), que, apesar de aderir a Ely, mantinha o apoio à deputada estadual e candidata Analice Fernandes (PSDB), mulher de Fernando, Laércio – que se coloca como candidato a prefeito em 2020 – ainda criticou Fernando por achar que “não tenho voto”.
Na noite de sexta, desgastado com o prefeito, Laércio procurou Analice e acertou o recuo. No sábado, em inauguração no Jardim Monte Alegre, reatou com Fernando publicamente. “É um governo realizador e eu não poderia de maneira nenhuma deixar de estar ao seu lado. Você é uma pessoa em que me espelho. Até os grandes estadistas erram e pedem desculpas, que dirá um simples vice-prefeito que quer trabalhar ao lado de uma grande pessoa”, discursou.
A jornalistas, Laércio disse que faltou dialogar. “Eu estava desorientado e triste com algumas atitudes no governo. Conversei com o Fernando e percebemos que foi pura falta de diálogo de ambas as partes. Estávamos frágeis, o Fernando por causa de problema familiar [neto internado] e eu escutando coisas dentro do governo. Com essa fragilidade, acabei dando aquela entrevista, houve um erro da minha parte, porém, um pouco induzido”, disse.
“Estou no governo há seis anos e não posso jogar fora todo esse mérito do meu trabalho ao lado dele [Fernando]. Reconsiderei […]. Eu não vou mais apoiar a Ely Santos”, continuou Laércio. O VERBO questionou por quem ele foi induzido. “Fui induzido pela minha fragilidade, e porque estava querendo espaço no governo. Ele também estava frágil e demorou para me atender. Acabei indo para o outro lado. Mas acordei em tempo e estou aqui de volta”, afirmou.
Fernando indicou que Laércio foi usado e o elogiou por repensar. “Não precisa me pedir desculpas. Ele foi muito feliz nas palavras, tem momentos que estamos muito fragilizados e você pode ser induzido ao erro. […] Ele foi induzido a uma atitude que normalmente não tomaria, estamos juntos há seis anos. O Laércio tem sido um grande parceiro, um braço importante na minha administração. Tenho maturidade para ver o que aconteceu e como aconteceu!”, disse.
Em entrevista após a inauguração, Fernando voltou a dizer que foi uma tentativa de golpe. “Achei muito estranha a presença do vice [reunido com os vereadores]. O que se queria passar ali era exatamente a imagem de um golpe. Na hora em que se amotinam e levam o vice, se sou cassado quem assume? O vice. Então, houve essa sinalização, e ele [Laércio] confirma, discretamente, que foi induzido a isso. O depoimento dele foi muito importante para mim”, disse.
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