Em manobra eleitoreira de Ney, Gideon será vereador em troca de votos a Hugo e Ely

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Em flagrante manobra política resultado de um grande “acordão” eleitoreiro, Gideon dos Santos assumirá cadeira na Câmara de Embu das Artes na sessão nesta quarta-feira (13), a partir das 10h, no lugar do vereador Júlio Campanha (PRB). Gideon será alçado a vereador em troca do apoio de eleitores de um “grupo político e social” na zona leste de São Paulo, a Casa Rosada, à qual é ligado, aos pré-candidatos a deputado Ely Santos (federal) e Hugo Prado (estadual).

Gideon (dir.) abraçado a Hugo Prado (esq.) e membros da Casa Rosada
Gideon (dir.) abraçado a Hugo Prado e membros da Casa Rosada, em foto no perfil do presidente da Câmara
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Em inauguração no Cercado Grande em 2014, Chico com o então assessor pessoal Hugo e ao lado de Gideon

Gideon está no centro de uma manobra que se revela mais “descarada” por conta de que não é o primeiro suplente do PRB, partido pelo qual concorreu à Câmara, sem coligação com outra sigla. Dedé (PRB), que teve mais votos (1.326) que Gideon (1.202), é quem deveria herdar a vaga. Conforme apurou o VERBO, Dedé (José de Souza Santos) está apto a assumir, não teve as contas rejeitadas – é contador. Mas foi “rifado” da vereança por ser “empecilho” para o acordo.

O prefeito Ney Santos (PRB), irmão de Ely, é o grande articulador da “jogada” política, com a notória “obediência” do presidente da Câmara, Hugo, no caso diretamente interessado na manobra. Gideon será vereador em troca de pelo menos 10 mil votos para Ely e Hugo, apurou a reportagem. Ney vai usar a mesma estratégia do prefeito Chico Brito (ex-PT), que tentou eleger João Leite (ex-PT, hoje Pros) deputado estadual com apoio da Casa Rosada – quase conseguiu.

Com Hugo, Ney cooptou Gideon, porém, em evidência de que reconhece que enfrenta alta impopularidade e rejeição ao governo, diante de medidas consideradas “desastrosas” como ter criado a taxa de lixo, e consequente dificuldade de emplacar os candidatos que está lançando – o próprio vereador e a irmã. Diante da insatisfação da população com a gestão que realiza, Ney procura garantir muitos votos fora da cidade aos apadrinhados para também não fracassar.

Gideon, que tinha sido “abandonado” por Ney ao não se eleger e fazia críticas ao prefeito, topou o “acordo” logo. Ele, curiosamente, rejeitava a taxa de lixo criada por Ney – na gestão Marta Suplicy em São Paulo, ele, que sempre teve atuação na capital e só recentemente aportou em Embu, e era do PT, condenou a “Martaxa”. Nos últimos dias, porém, ele foi visto “ciscando” na Câmara em sinal de iminente acordo. No meio político, ele está sendo chamado de “vendido”.

Júlio aceitou “entregar” a cadeira de vereador para assumir a Secretaria de Cultura. Após retirar apoio a Hugo por atrito com ele e o vereador Doda Pinheiro (ex-PT), Júlio recuou por “um projeto”, a eleição dos “candidatos do grupo”. Rosana Almeida assumirá a Secretária de Turismo, que era junto com Cultura – em nova criação de pastas. Dedé, que estava nos Serviços Urbanos, ao “abrir” mão de ser vereador foi “promovido” a secretário-adjunto, provavelmente de Emprego.

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