ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Três Marias, em Taboão da Serra
O pré-candidato a governador de São Paulo João Doria (PSDB) visitou Taboão da Serra na última terça-feira (5) com discurso “ensaiado” para falar o que os moradores querem ouvir, sobre duas áreas alvo de grande insatisfação da população, transporte e segurança – com os tucanos com oratória já desgastada após mais de 20 anos à frente do Estado. Doria “requentou” a promessa da chegada do metrô a Taboão e afirmou que a cidade terá batalhão da PM.
Ao falar com o VERBO, com exclusividade, no ato em uma casa de shows, indagado sobre os principais compromissos para Taboão se eleito, Doria se referiu às ações no transporte e na segurança pública. “O metrô e o batalhão da Polícia Militar, são duas medidas que já no primeiro ano [de governo] serão adotadas. O metrô, vamos dar continuidade ao trabalho que já começou, para que não seja interrompido, e o metrô chegue até seu destino final”, disse o tucano.
A reportagem lembrou que a promessa de Taboão ter uma estação do metrô já é antiga – o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu metrô para o município em 2011, 2012 e em 2014, na última campanha eleitoral. “Mas vai seguir, o importante é não interromper”, disse Doria. Sobre a promessa na área da segurança, ele disse que Taboão terá uma sede própria de comando local da PM. “O batalhão será implantado já no primeiro ano de governo”, afirmou.
Antes, em discurso para cerca de mil apoiadores, a maioria funcionários de indicação política do governo do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), anfitrião do ato em Taboão, Doria pontuou sobre os dois “compromissos”, como preferiu chamar, em vez de promessas. “Vamos dar continuidade para que a linha do metrô chegue até aqui, sim. Para ajudar principalmente os mais pobres, os que precisam do metrô para chegar ao trabalho e retornar até suas casas”, disse.
“Isso é um compromisso, não é uma promessa de campanha, até porque já está no planejamento do governo do Estado, então não há nenhuma demagogia nisso, não. É cumprir aquilo que já está planejado”, afirmou Doria. No ano passado, Alckmin disse ter retomado as obras da linha – Quatro – “que virá até Taboão da Serra” e que determinaria a elaboração do projeto executivo da estação no município, mas não deu qualquer previsão de contratação do estudo.
Ainda em discurso, ao prometer “valorizar os policiais civis e militares”, “se possível, aumentar o contingente de policiais nas ruas para proteger a população e o patrimônio” e “integrar as guardas metropolitanas com as guardas municipais”, Doria falou em implantar o batalhão em Taboão. “Aqui teremos um batalhão da Polícia Militar, que não existe. Isso, sim, é compromisso para o primeiro ano de mandato! Temos dois em cidades vizinhas, mas não aqui. Vamos ter”, afirmou.
Doria disse que fará um governo de apoio aos municípios, em aparente reação ao adversário Márcio França (PSB), atual governador, que tem liberado recursos às cidades comandas por aliados. “Podem ter certeza que lá no Palácio do Bandeirantes vocês terão um apoiador para seus pleitos. Vamos criar ou recriar a Secretaria do Interior, não para pôr político, mas com estrutura pequena e técnica para que seus pedidos sejam bem orientados e atendidos”, disse.
O prefeito de Taboão ficou, porém, com o papel de fazer ataque direto a França. “Vamos deixar São Paulo na mão de um aventureiro? Como já está acontecendo no governo do Estado neste curto espaço de tempo, em que o atual governador sai prometendo e distribuindo que não tem para os municípios para arrumar votos. Muitas ações, projetos que estavam em andamento estão sendo sacrificados para que se fizesse essa barganha eleitoral”, discursou Fernando.
Mas Doria não deixou de alfinetar adversários ao final do discurso, ao pegar bandeira do Brasil ao som da canção-tema da “vitória” (de Ayrton Senna), ir até o meio do público e dar tom “populista” ao ato. “Esta é a nossa bandeira, não tem espaço para bandeira vermelha, para bandeira do PT, para bandeira socialista [do PSB], para bandeira comunista, não tem espaço para Cuba. Cuba fica em Cuba, São Paulo é dos brasileiros!”, falou, sob vibração dos correligionários.
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