ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Em protesto que virou uma praça de guerra, moradores do Jardim Saint Moritz e região e motoqueiros bloquearam no fim da tarde desta sexta-feira (25) a rodovia Régis Bittencourt nos dois sentidos na altura do km 275, em Taboão da Serra. Os manifestantes puseram fogo em madeiras e pneus na via na entrada da Vila Indiana, em direção a São Paulo, e diante do Condomínio Jardim Iolanda, no caminho a Curitiba. No sentido da capital, houve confronto com a polícia.
Os grupo de cerca de 50 pessoas começou a fechar a Régis por volta das 16h30. “Eu estava dirigindo na BR-116 sentido Embu, quando vários manifestantes começaram a bloquear a rodovia com madeiras e pneus e já colocaram fogo. Só deu tempo de fugir do bloqueio pela pista marginal que dá acesso ao condomínio Jardim Iolanda e já acessar a BR-116 de volta. No sentido São Paulo, os veículos estão fugindo por dentro do Jardim Comunitário”, disse um leitor do VERBO.
Enquanto em direção ao Sul do país a Polícia Militar conseguiu chegar ao trecho interditado e desviou o trânsito, no sentido capital os carros ficaram parados a distancia da barricada feita pelos manifestantes, que soltavam fogos. Às 17h40, na presença do VERBO, policiais militares da tropa de choque já posicionados à frente dos veículos lançaram uma bomba de gás em direção aos manifestantes. O grupo correu, mas voltou e começou a atirar pedras nos PMs.
Os manifestantes reocuparam a rodovia, com grandes pedras nas mãos e paralelepípedos no chão. Menos de dez minutos depois, a tropa de choque voltou a disparar bombas – uma estourou a dois metros do repórter do VERBO, que já estava com dificuldade de respirar e com ardência nos olhos com os artefatos anteriores lançados. Os PMs, de escudo, avançaram sobre o bloqueio e o grupo, que correu para as ruas Carlos Marques Teixeira e José Maria de Melo.
Os PMs ficaram na esquina da José Maria de Melo. Com o fim do protesto com o avanço da polícia, motoqueiros, entre eles os que tinham participado do protesto, desceram a Carlos Marques Teixeira para a BR-116. Um PM chegou a disparar outra bomba na passagem de um grupo pela estrada. Um motorista que vinha do bairro foi parado por outro PM de armamento em punho, que apontou para o condutor como se tivesse contrariado pelo veículo não parar.
Os PMs avançaram rua acima, mas os manifestantes correram para o Saint Moritz. Um tenente à frente da operação disse não poder entrevista, mas falou que a PM reagiu ao ser recebida com fogos e pedras, e que atendeu pedido de desobstrução da rodovia feito pela Polícia Rodoviária Federal. Um agente da PRF, que também disse não poder gravar, classificou o ato como “não pacífico”, ao contrário da paralisação dos caminhoneiros. A pista foi liberada às 18h20.
Moradores que disseram não ter participado do protesto declararam apoio ao ato que pegou “carona” na paralisação dos caminhoneiros. “O que o [presidente] Temer está fazendo? Ele não tem que mandar as Forças Armadas, polícia, tem que resolver o problema, reduzir custos com diesel e eixo para os motoristas de carreta. O líder da manifestação gritou aqui que na segunda-feira de manhã vai parar de novo”, disse uma mulher, que preferiu não se identificar.
> VEJA PROTESTO QUE BLOQUEOU A BR-116 EM TABOÃO DA SERRA E AÇÃO DA TROPA DE CHOQUE DA PM
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE