Ao conversar com jornalistas a bordo do avião que o trazia para o Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, na tarde desta segunda-feira, dia 22, o papa Francisco brincou com o tradicional dito popular “Deus é brasileiro” – percepção reforçada pelo papa João Paulo 2º (1978-2005) durante presença também no Rio, em 1997.
Papa-criançaQuestionado pelos repórteres sobre brasileiros que “lamentam” que o pontífice seja argentino, ele, atento ao célebre adágio do país, disse: “Vocês querem tudo. Vocês já têm Deus brasileiro, queriam um papa brasileiro também? O papa tinha que ser argentino, os brasileiros já têm Deus”, disse.
Alheio a rivalidade entre os dois países no futebol, Francisco disse, no primeiro discurso no Brasil, durante cerimônia de boas-vindas do governo, cerca de três horas depois, querer “estabelecer um diálogo de amigos” com os brasileiros.
Diante da realidade de que o Vaticano tem relações difíceis com alguns países que chegam a hostilizar a Igreja Católica e perseguir fiéis, ele agradeceu pelo Brasil ser uma “nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao sucessor de Pedro”. “Dou graças a Deus pela sua benignidade.”
Mario Jorge Bergoglio, que esteve no Santuário de Aparecida (SP) em 2007 durante a 5ª Conferência Episcopal Latino-Americana, aberta pelo antecessor, Bento 16, e na qual teve papel destacado, mostrou proximidade com os brasileiros e parece se sentir em casa.
“Nesta hora, os braços do papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do papa”, disse.