ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra
O prefeito Jorge Costa (PTB) exonerou o secretário de Governo, Claudio Silvestre Junior, na quarta-feira (16), por motivo não esclarecido. Oficialmente, no entanto, Juninho, como conhecido no município, não foi desligado da administração e deixou o cargo para ser espécie de assessor especial de Jorge. A saída do homem-forte – e polêmico – do governo de um dos postos centrais da gestão é tratada com sigilo pelo Executivo, que não se pronunciou sobre a exoneração.
Na Secretaria de Governo, Juninho era responsável por fazer a interlocução da gestão com a Câmara. Embora os 12 vereadores tenham sido eleitos na coligação de Jorge, o então secretário, de temperamento forte e trato considerado difícil, enfrentou resistências e provocou atritos com os parlamentares no início de governo. Ele melhorou a relação com a Casa ao longo de 2017, mas no fim do ano voltou a ter embates por conta da rejeição ao aumento do IPTU.
Apesar de, questionado pelo VERBO, negar represálias a vereadores que no mesmo pacote também barraram reajuste da taxa do lixo, Juninho cuidou da exoneração de indicados dos contrários à majoração dos tributos, em especial de Jonas Feijó (MDB). Neste ano, a relação azedou de vez com o único opositor do governo na Câmara. Jonas protocolou inúmeros requerimentos na Casa críticos à gestão. Juninho deu respostas evasivas ou de teor visto como “provocação”.
Juninho deixou a pasta uma semana depois da sessão de aniversário de Itapecerica. No ato, ao exaltar relação antiga com Jorge, ele fez discurso que gerou embaraço e risos. “Entrei para a política há 28 anos, e você era prefeito. À época, no Paraguai, [meu pai e eu] compramos uma Mont Blanc, no contrabando – depois, tivemos de pagar os impostos e regularizamos a caneta. Te trouxe esse presente, aí me coloquei perto de você e foram tantas emoções juntos”, disse.
No ano passado, Juninho foi acusado por uma policial militar, Nanci Nicolatti, de agressão (cusparada e um soco no rosto) durante a 39ª Festa do Peão de Itapecerica, da qual era o presidente – há quase dez anos, ele também tinha sido denunciado por supostamente dar um soco no irmão dela. No caso da PM – noticiado com exclusividade pelo VERBO -, que teve repercussão no município, o governo foi pressionado a exonerar o secretário, mas Jorge o manteve no cargo.
Procurado pelo VERBO na noite desta quinta-feira, Juninho confirmou que deixou a Secretaria de Governo, mas que continua na administração. “Não deixei o governo Jorge Costa. Ele é meu líder, e meu pai de coração, jamais o deixaria. O prefeito me solicitou para estar ao lado dele no gabinete, entendo ser o melhor para o momento, e eu de pronto atendi a sua solicitação. A experiência de quem já foi quatro vezes prefeito deve ser respeitada sempre”, disse.
Questionado que função exerceria se José Calado era o chefe de gabinete, Juninho revelou: “Estarei assessorando o prefeito”. O VERBO perguntou em que assuntos. “Todos que ele determinar”, disse. Na quinta, ele esteve na Delegacia de Embu das Artes. Ele disse que só foi pedir “relação de documentos para solicitar um alvará de produto controlado”. “Um favor para um amigo. Fui almoçar e passei para pegar”, disse. Falou que na quinta foi o último dia como secretário.
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