ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A prefeitura de Taboão da Serra gastou com a reforma do recinto de uma ONG de proteção de animais para receber a leoa do Parque das Hortênsias, mas o animal ainda não foi transferido e não pode ter local adequado para viver por conta de a Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP), ter abrigado um leão de outra cidade no espaço. Conforme apurou o VERBO, na sexta-feira, dia 16, o secretário de Cultura, o vice-prefeito Laércio Lopes, se reuniu com ativistas para apelar por ajuda.
O governo Fernando Fernandes (PSDB) pagou dos cofres municipais R$ 16 mil em material para reforma do recinto que abrigará a leoa Helga e de mais nove espaços, que receberão oito aves de rapina como gavião e coruja e quatro macacos-prego. Era a condição para que a Mata Ciliar recebesse os animais, que deixarão o zoológico de Taboão por ocuparem locais mais precários e estarem mais frágeis. O recinto para a felina na ONG já foi reformado, mas os outros, ainda não.
A leoa já estaria acostumada com caixa de transferência colocada no zoo para se alimentar, como alternativa a sedação, e pronta para ser transferida, mas o secretário da Cultura, Lércio Lopes, disse que recebeu pedido da veterinária da Mata Ciliar, Cristina Adania, para que aguardasse, que tinha recebido um leão muito doente e não pôde recusar auxílio ao Zoológico de Americana (SP), apesar do compromisso em receber logo a Helga e no recinto reformado pela prefeitura.
De acordo com Laércio, Adania disse que o leão ficaria só para exames e que a felina de Taboão poderia ser levada à Mata Ciliar no prazo máximo dez dias, que seria nesta semana. Em reunião na sexta, porém, o secretário teria demonstrado preocupação de que a ONG decida que o leão tenha que permanecer e que a transferência da Helga demore. Ele teria chegado a se queixar de que os exames não tinham nem sido feitos ainda, quase dez dias depois da chegada do animal.
Laércio convidou os ativistas para que o acompanhem em visita à Mata Ciliar, que deve ocorrer até sexta, para que vejam “com os próprios olhos” sobre o leão que ocupa o lugar da Helga e os recintos custeados pela prefeitura e que a ONG gerou a indefinição. Teria dito querer a pressão do grupo. Ele deixou a impressão de temer que poderá ser cobrado por deixar um leão de outro lugar no recinto reformado com recurso do município. O VERBO não conseguiu falar com Laércio.