Em ginásio, 17ª Paixão de Cristo no Pirajuçara ‘assusta’ e leva à emoção 2 mil fiéis

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Pirajuçara, em Taboão da Serra

Encenada pela primeira vez no ginásio de esportes Zé do Feijão, a 17ª Paixão de Cristo no Pirajuçara, em Taboão da Serra, utilizou o formato de musical como no ano passado e emocionou cerca de 2 mil pessoas, no início da noite desta Sexta-feira Santa (30). O realismo da dramatização do sofrimento e morte de Jesus deixou o público vidrado nas cenas que se desenrolaram em palco montado na quadra, levou parte dos espectadores às lágrimas e impressionou crianças.

Flagelação de Jesus
Jesus cai na cena da flagelação da 17ª Paixão de Cristo no Pirajuçara diante do público no ginásio Zé do Feijão
Jesus (interpretado por Ricardo Santos)
Jesus (Ricardo Santos) é crucificado em palco montado em ginásio, em encenação que emocionou 2 mil fiéis
Cena
Jesus morre na cruz em encenação com cerca de 65 atores; ressurreição será neste domingo, 17h, no ginásio
Garoto Yago, que
Garoto Yago, 6 anos, que ficou impressionado com a flagelação de Jesus e disse ‘eu não vou dormir esta noite’

Os cerca de 65 atores, amadores, encenaram as principais passagens da vida “pública” de Jesus (ensinamentos e questionamentos às autoridades políticas e religiosas), interpretado, pela segunda vez consecutiva, pelo cantor litúrgico Ricardo Santos, que surgiu montado na representação de um jumento na cena da chegada triunfal a Jerusalém em meio ao povo com ramos nas mãos. Depois, Jesus expulsou os vendedores que fizeram do templo local de comércio.

A 17ª Paixão seguiu com Cristo ensinando no templo, reunião de Caifás com os sacerdotes para tramar contra Jesus, a última ceia com os doze apóstolos – instituição da eucaristia (presença do corpo de Cristo na hóstia consagrada) -, em cena de plástica “transcendental”, e o ato de Cristo de lavar os pés dos seguidores, em gesto de serviço aos irmãos. Chamou a atenção a aparição do diabo para tentar Jesus, mas anjos (crianças de “asas”) surgiram para afastar o mal.

A traição de Judas teve destaque, com canto de arrependimento – o ator que viveu o personagem desceu do palco para interpretar. Entregue por Judas, de quem recebeu um beijo, Jesus foi levado a Herodes e de novo a Pilatos, que soltou Barrabás, “lavou as mãos” e condenou Cristo. Diante dos primeiros açoites em Jesus, o menino Yago, 6, nas primeiras cadeiras diante do palco, ficou impressionado. “Eu não vou dormir esta noite”, disse ele para avó, que o acalmou.

Em alta carga dramática, Jesus carregou a cruz sob chicotadas por toda a quadra, ficou de frente para o público nas arquibancadas, e mais de uma vez foi ao chão. De volta ao palco, foi crucificado. Maria cantou com o discípulo João sobre a morte de Jesus pela humanidade e segurou o filho morto nos braços – cena de escultura de Michelângelo, a “Pietá”. A jovem Grazielly Lima chorava, de emoção pela “entrega” de Jesus e pelo ato da Paixão. “Maravilhoso”, disse.

A 17ª Paixão transportou o público para a “história de salvação” e rendeu elogios ao elenco. “Os atores estão de parabéns, pela seriedade na representação. O sentimento é de paz, apesar do sofrimento de Jesus por nós. É muito importante esta encenação para relembrarmos o que Jesus fez por nós, para libertar de nossos pecados. Temos que lembrar sempre, viver o que ele ensinou o ano inteiro”, disse o bacharel em direito Marcos Arcanjo, 33, ao VERBO.

A diretora-geral Josy Matos disse que a opção pelo musical foi para “encantar um pouco mais” sobre a história de Jesus e destacou os cenários virtuais, projetados. “Foi muito importante, além do local [ginásio], [a encenação] pedia algo diferente, que foi o cenário”, disse. Ela considerou “excelente” a atuação de Ricardo como Jesus, novamente. “Gostei muito, e por conta deste novo desafio, o cenário, a gente quis manter a mesma peça e quase todos os atores”, disse.

Realizar a Paixão no ginásio também foi importante. Inaugurado com a benção do padre Kieran Ridge, o espaço, apesar de “disponível” desde 2013, nunca tinha sido usado pela paróquia. “Foi uma grande conquista, na rua temos algumas dificuldades, por isso gostaríamos que fosse num local coberto. Conseguimos”, disse Josy. A encenação, porém, não acabou, Jesus ressuscita só neste domingo, às 17h. “Venham festejar conosco a grande Páscoa do Senhor”, convidou.

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