ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O secretário de Serviços Urbanos do prefeito Ney Santos (PRB), Léo Novais, desistiu da candidatura a deputado federal. Conforme apurou o VERBO, Léo não irá concorrer por impedimento na Justiça – filiado ao PR, ele tem uma condenação em segunda instância, o que acarreta ser barrado na lei da “Ficha Limpa”. Com Léo fora do páreo, Ney lançará a irmã Eliane Santos, presidente do Fundo Social de Solidariedade da prefeitura, como candidata à Câmara dos Deputados.
Léo tem problema na Justiça, mas decidiu se retirar da disputa devido à pressão de Ney e emissários do governo. Ele teria sido condenado em órgão colegiado (turma de juízes) por porte ilegal de arma. Apesar do crime “pequeno”, Léo não resistiu ao poder de “convencimento” de Ney e foi forçado a jogar a toalha sem tentar recurso. O prefeito chegou a anunciar que Léo deixava a secretaria, mas o aliado nunca saiu e até fazia reuniões na pasta em vista da candidatura.
No início da tarde, em página pessoal no Facebook, Léo anunciou a desistência e alegou apenas razões particulares. “Informo a todos que por motivos pessoais infelizmente não poderei concorrer às eleições deste ano, é um momento delicado e que eu preciso estar integralmente acompanhando essa etapa. Quem me conhece sabe da seriedade que tenho com a vida pública, por isso retiro minha pré-candidatura a fins de não comprometer esse empenho”, disse.
Léo agradeceu o apoio e disse ter orgulho de “poder contribuir com essa cidade que tanto me acolheu, meu trabalho é resultado da confiança de vocês para comigo”. Ele falou que, “de maneira informal”, continuará a atuar para “garantir o desenvolvimento social e democrático para nossa cidade e região”. “Desta forma, a fim de evitar especulações reafirmo que o motivo é exclusivo para tratar de assuntos pessoais em que devo estar presente a todo o momento”, afirmou.
Ele expressou “total apreço a um time de homens e mulheres que sempre acreditou em nosso potencial, em especial ao prefeito Ney Santos, que foi o principal apoiador e incentivador desse projeto, aos prefeitos, vereadores, secretários, servidores, lideranças e a todos munícipes de nossa região”. Em “esforço” para ganhar visibilidade, Léo chegou a receber o título de cidadão de Taboão da Serra. A vereadora Érica Franquini (PSDB) admitiu que a indicação foi política.
Em Embu, a exposição do candidato de Ney era acintosa. Léo era chamado a compor a mesa de autoridades em todas as cerimônias com direito a discurso. Em um ato do governo, porém, a “apelação” foi gritante. Em 2017, Léo participou de quase 100% das entregas de kit escolar, em ato sem relação com a pasta que comanda. Com a desistência, ele virou alvo de adversários. “Ex-candidato a vice-prefeito [em 2016]. Ex-candidato a deputado federal”, ironizou uma liderança.
Eliane, que será lançada a federal pelo prefeito, é um dos familiares mais próximos a Ney, com ligação até estreita. Na investigação do Ministério Público de São Paulo em que é denunciado por associação a facção criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, Ney ficou foragido 60 dias, enquanto Eliane e outras seis pessoas, também rés, ficaram presas. Eleita, a irmã de Ney passaria a ter foro privilegiado e só responderia ao processo no Supremo Tribunal Federal.
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