ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no centro de Embu das Artes
Ativistas pela igualdade de gênero e lideranças comunitárias e políticas de Embu das Artes participaram na quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, no centro do município, de caminhada pelo fim da violência contra as mulheres. A marcha começou em frente à sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Embu e terminou na praça central, após ato de conscientização. Cerca de 200 pessoas saíram às ruas para denunciar agressões e cobrar políticas sociais.
Mulheres de várias idades exibiam cartazes com mensagens contra a violência doméstica e o machismo, além de divulgar o Disque-denúncia de violência contra a mulher, o telefone 180. Pessoas que passavam recebiam um informe dos organizadores da caminhada que dizia que “em 2017 Embu despontou como uma das cidades mais violentas da região” e “os números de estupro ocorridos na cidade em março aumentaram 40% em relação a janeiro”.
A ex-vereadora Maria das Graças (PT) condenou a postura do homem que “acha que pode fazer o que bem entende” se a mulher “usa saia curta ou um shortinho”. “A mulher tem o direito de escolher como quer se vestir. Temos que exigir respeito”, disse. A vereadora Rosângela Santos (PT) conclamou a sociedade a dar um basta à violência de gênero e conclamou as cidadãs de Embu a se unirem contra toda forma de agressão. “Juntas somos mais fortes”, salientou.
O vereador Edvânio Mendes (PT) fez as críticas mais duras ao prefeito Ney Santos (PRB) e à base governista na Câmara. “Quando ele vetou o meu projeto [Disque 180 e ‘Guardiã Maria da Penha’], o veto não foi contra mim, ele votou contra vocês, mulheres. É um prefeito machista, é uma Câmara [pró-veto] machista. Dá vergonha ir na Câmara. É contra esse governo machista e homofóbico, contra esse desgoverno que vou estar até o último dia do meu mandato”, discursou.
O deputado estadual Geraldo Cruz (PT) sugeriu que serviços e programas de defesa e promoção da mulher em Embu estão sucateados e cobrou “políticas públicas de inclusão social”. Ele também repudiou tratamento de Ney às mulheres. “Não vamos mais aceitar essa história de dizer ‘gente, vou acabar aqui porque as mulheres vão ter que ir fazer comida’. Lugar de mulher não é no fogão, é onde ela quiser estar. Essa frase dita por autoridade municipal dá nojo”, declarou.
Moradores e visitantes que passavam pela praça aprovaram a manifestação. “Sou contra qualquer tipo de violência, independente do motivo. A lei tinha que pegar mais pesado com as pessoas que praticam violência contra as mulheres. Teria que aumentar os anos de prisão ou ser mais rígido na questão financeira, hoje ele [homem] comete a violência, mas daqui a pouco está solto, paga fiança e está liberado”, disse a gestora Samantha (não informou sobrenome), 31.
Ao lado da mulher, com a filha de 2 meses, o morador Diego Borges considerou a iniciativa um “protesto legítimo”. “Toda mulher tem que ser respeitada. Elas sofrem violência não só de apanhar do marido, também verbal, ameaças, preconceito. Para mudar isso, tem que ser através do diálogo. Agora, se não der certo, tem que fazer denúncia e se afastar”, disse. A esposa Thays reprovou que “nem todas as mulheres têm os mesmos direitos que o homem”.
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