RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em São Paulo
O secretário estadual de Segurança de São Paulo, Mágino Alves, informou que o segurança do subsecretário de Comunicação do prefeito Ney Santos (PRB) confessou que Renato Oliveira mandou que atirasse contra o jornalista e chargista Gabriel Binho, do VERBO, na madrugada de 28 de dezembro. A revelação foi feita pelo apresentador José Luiz Datena, do “Brasil Urgente” (TV Band), nesta quarta-feira (21), ao vivo, durante exibição de reportagem sobre o caso.
O jornal entrevistou Binho e relatou o atentado, praticado pelos ocupantes de um Hyundai i30, Renato e o segurança, Lenon Roque, na rodovia Régis Bittencourt em Embu. “O carro veio me pressionando para me tirar da pista, eu acelerei a moto, quando o para-lama dianteiro bateu na minha traseira, fazendo com que eu caísse. Aí ele já voltou [por via lateral] efetuando disparos. O primeiro tiro, eu me deitei numa vala. Aí escutei mais dois disparos”, conta Binho.
A reportagem diz que a charge de Binho faz duras críticas à cobrança de taxas na cidade e já colocou Ney com nariz de pinóquio, e que as ameaças teriam se intensificado após a publicação de várias reportagens. “Tudo isso aconteceu por conta das matérias. Se não fosse eu ali, se fosse qualquer um dos colegas do VERBO teria acontecido a mesma coisa. Isso foi um atentado contra o VERBO ONLINE, e eu por ser do VERBO acabei sofrendo as consequências”, diz Binho.
O “Brasil Urgente” diz que o delegado que concluiu o caso não quis gravar entrevista, mas disse que Renato e Lenon foram indiciados por lesão corporal grave. Sobre o possível envolvimento de Ney no atentado, ele disse que só volta a investigar o caso se tiver um pedido formal, feito pelo Ministério Público. Binho diz temer pela própria vida. “Isso foi uma tentativa de homicídio, e eles serem indiciados por lesão corporal e estarem soltos, isso gera muito medo”, diz.
A exemplo de Binho, um homem, que não se identificou por medo, diz acreditar que Ney seja o mandante, mostra a reportagem. “Há indícios de que o acusado tenha sido orientado a atentar contra a vida de Binho. O próprio acusado disse que só precisava autorização de superiores para ‘resolver’ casos com pessoas que [com quem] não concordava”, disse. Segundo a polícia, mostra o jornal, o carro era dirigido por Renato e os tiros teriam sido disparos por Lenon.
Na rede social, o secretário de Comunicação do governo Ney, Jones Donizette – a quem Renato era subordinado imediato no cargo -, atribui o atentado a uma invenção do chargista do VERBO, mostra ainda o jornal. “É claro que não existe lógica e condição nenhuma para que um subsecretário tenha tentado algum tipo de ação impeditiva para a imprensa local, sendo que ele deveria promover, ajudar para que a imprensa em geral possa se manifestar”, alega.
Binho retruca o secretário municipal. “Ele vem tentando tirar o Ney do foco, e tirar a credibilidade do VERBO ONLINE, dizendo que é um veículo ligado a partido”, diz o profissional do site. O “Brasil Urgente” informa ainda que o delegado não quis divulgar as imagens das câmeras de segurança “que mostram o subsecretário e o amigo segurança dentro de um carro prata, modelo i30, esperando o chargista, momentos antes do atentado”, diz o repórter Maicon Mendes.
Em seguida, Datena diz que conversou com o secretário sobre qual participação de Renato. “O Mágino já me falou que o cara que atirou disse que quem mandou atirar foi esse secretário aí. Então não é papo furado, não é invenção nada, isso é depoimento do cara que atirou”, afirmou, ao rebater Jones. A tela mostrava a charge de Binho com Ney de nariz de pinóquio. “Tira esse cara daqui. Ele é um folgado, isso que ele é, pensa que está acima do bem e do mal”, diz Datena.
VEJA ‘BRASIL URGENTE’ SOBRE ATENTADO CONTRA BINHO E INDICIAMENTO DE RENATO OLIVEIRA
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