RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
A “Folha de S. Paulo” e o “Agora São Paulo” noticiam nesta segunda-feira (19), também em edição impressa, que o subsecretário de Comunicação do prefeito Ney Santos (PRB), Renato Oliveira, e um segurança pessoal foram indiciados pelo atentado contra o repórter-fotográfico e chargista Gabriel Binho, do VERBO. Os jornais informam que, “segundo a Polícia Civil, ele [Renato] confessou o crime, cometido ao lado de um amigo, o agente penitenciário Lenon Roque”.
As reportagens narram que Gabriel Barbosa, o Binho, como é conhecido, procurou a polícia e relatou que, por volta das 2h da madrugada de 28 de dezembro, voltava do centro de Embu e seguia de moto pela rodovia Régis Bittencourt no km 279 sentido capital quando foi atingido por um carro. O automóvel teria retornado e um ocupante disparado três vezes contra a vítima – que se protegeu, mas acabou fraturando um tornozelo na queda após a investida do veículo.
Horas depois, o jornalista recebeu uma mensagem pelo Facebook de que os próximos tiros seriam “no meio da cara para aprender a parar de ser falador”. “Binho trabalha no site ‘Verbo Online’, que tem postura crítica em relação ao prefeito Ney Santos (PRB), para que trabalha Oliveira”, dizem “Folha” e “Agora”. Os jornais citam que, “com a análise de imagens de câmeras de segurança, a polícia descobriu que um Hyundai i30 usado no crime ficou à espreita de Binho.
A suspeita era de que um guarda civil tivesse participado do ataque. “Na última sexta (16), porém, o subsecretário e o amigo prestaram depoimento, confessaram – Oliveira negou, porém, que tenha havido disparos de arma de fogo contra Binho – e foram indiciados. Eles responderão em liberdade”, dizem os jornais, que lembram que a gestão Ney é envolta em polêmicas, inclusive Ney é investigado por elo com organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico.
Procurado pela reportagem, Renato deu a versão de que procurou Binho para conversar sobre um “assunto pessoal, motivado por questões familiares”, admite que, segundo o relato dos jornais, aguardou o jornalista se afastar de uma praça próxima da rodovia para abordá-lo porque não queria criar confusão no local, mas que em momento algum houve tiros. “Quando baixamos o vidro, falei: ‘Binho, vamos conversar, encosta aí que quero conversar com você'”, diz.
Renato fala que Binho talvez não tenha percebido que era ele que se aproximava, se desequilibrou e caiu da moto. “Eu me arrependo por ele ter se machucado e por tudo isso criar uma imagem daquilo que eu não sou”, diz. Binho reafirma que foi alvo de tiros, diz que Renato está sendo orientado a dar essa versão e se quisesse dialogar teria feito na praça. O governo Ney disse que que precisa ter acesso ao inquérito para falar. Lenon não foi localizado, dizem os jornais.
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