ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
Um menino de 5 anos, Arthur Aparecido Bencid Silva, morreu na noite de segunda-feira (1º), após ser atingido por uma bala perdida na cabeça, quando brincava no quintal de casa durante a queima de fogos do Réveillon, no Jardim Taboão, região do Portal do Morumbi (zona oeste de SP), divisa com Taboão da Serra. Uma das hipóteses, cogitada pela família, é de que criminosos estariam comemorando a virada do ano com tiros para o alto e um dos projéteis acertou o garoto.
Conforme depoimento que prestou no 89º Distrito Policial (Portal do Morumbi), onde o caso foi registrado, a família percebeu que Arthur caiu no chão, já desacordado, com um sangramento detrás da cabeça, mas no início achou que tinha sido por conta da queda. Ele foi levado de carro para o Hospital Family, particular, em Taboão, o mais próximo de casa, mas precisava de uma UTI, o que o hospital não tinha. Sem convênio, a família passou a viver outro sofrimento.
Na dependência do serviço público, a família foi direcionada para o Hospital Geral Pirajuçara, mas o HGP disse que não tinha vaga. Desesperada, a família ligou para hospitais particulares em toda a capital, seis no total. Ao ouvir que não era convênio, mas particular, cinco unidades falaram não ter leito de UTI disponível. Um hospital disse ter vaga, mas que o departamento financeiro só abria no início da manhã e não podia internar de imediato “por não poder passar valores”.
A família só conseguiu um leito de UTI após ir pessoalmente ao HGP e implorar atendimento. A vaga só foi liberada às 5 horas da manhã. O resultado da tomografia feita no Hospital Family foi divulgado e apontou que Arthur tinha uma bala alojada na cabeça. A família ficou a segunda inteira no HGP. À noite, os médicos anunciaram que o menino teve morte cerebral. “Vocês destruíram uma vida, destruíram uma família”, disse uma tia da criança aos possíveis responsáveis.
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