ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), cancelou nesta segunda-feira (1º) a cerimônia de inauguração do viaduto batizado com o nome de Marisa Letícia Lula da Silva, prevista para esta quarta-feira (3). Doria ordenou que a ligação viária, na região do M’Boi Mirim (zona sul), seja aberta ao tráfego já nesta terça-feira (2). Ele considera “injusta” a homenagem por conta de que a ex-primeira-dama era investigada na Operação Lava Jato e “nunca morou na cidade”.
Doria só acatou a escolha do nome da ex-mulher do ex-presidente Lula. “A escolha do nome do viaduto é prerrogativa da Câmara e fruto de acordo entre a maioria dos vereadores – e apenas por isso respeitada pela administração, apesar da discordância do prefeito em relação à injusta homenagem a alguém envolvido no maior escândalo de corrupção já registrado no país e que nunca morou na cidade nem jamais lhe trouxe qualquer benefício”, diz nota da prefeitura.
O projeto de lei de denominação do nome de Marisa – que morreu em fevereiro de 2017 em decorrência de derrame – foi aprovado pela Câmara no início de dezembro e sancionado pela prefeitura na última sexta-feira (27). Não por Doria, nem pelo vice-prefeito, o também tucano Bruno Covas, que estavam em viagens particulares, oficialmente. O texto foi assinado pelo prefeito em exercício, vereador Milton Leite (DEM), que ocupa o cargo nas ausências de Doria e Bruno.
O projeto aprovado na Câmara foi um substitutivo apresentado pelo próprio Milton Leite e pelo vereador Paulo Reis (PT). A proposição original previa a homenagem em outro local, o prolongamento da avenida Chucri Zaidan, também na zona sul, numa região considerada mais nobre, o bairro Chácara Santo Antônio. O texto anterior sofria forte resistência da base aliada de (vereadores aliados a) Doria – daí que se deu uma alteração negociada, com articulação de Leite.
O viaduto – ainda não concluído – começa na estrada M’Boi Mirim e vai até a junção da avenida Luiz Gushiken (que era também do PT, ex-deputado e ex-ministro morto em 2013) com a rua Adilson Brito, sobre a rua Daniel Klein. Marisa era ré em dois processos da Lava Jato. Em um, que apura propina a Lula pela construtora OAS com a compra e reforma de tríplex no Guarujá (SP), Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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