RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
A Justiça marcou para terça-feira (12) a audiência sobre o caso de Denivaldo Jesus de Matos, morador de Embu das Artes funcionário dos Correios (empresa federal), após familiares e amigos fazerem manifestação diante de tribunal pela soltura do carteiro. Denivaldo, 42 anos, está preso desde o dia 24 de outubro sob acusação de peculato (crime contra a administração praticada por funcionário público), ser membro de organização criminosa e falso testemunho.
Denivaldo está preso, no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros (zona oeste de SP), por determinação pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Vara de Osasco (SP), acusado de chefiar e simular crimes de roubo com participação de menores infratores no assalto no dia 16 de junho deste ano, quando dirigia veículo de encomendas dos Correios. Em depoimento, os adolescentes V.A.R e K.J.T. apontaram Denivaldo como cúmplice, acusação acatada pelo Judiciário.
A Justiça acatou a acusação “sem investigar ou abrir processo, sem considerar os indícios de falso testemunho e vingança dos assaltantes, sem levar em conta os 20 anos de Correios do trabalhador e sua ficha limpa, e o pôs atrás das grades”, protesta o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e Sorocaba), que apoia o carteiro. “O abuso de autoridade e a injustiça são flagrantes”, diz.
Para o sindicato, “nem o escritor Franz Kafka chegou a esse requinte em sua obra prima ‘O Processo'”, mas “a saga pode estar chegando ao fim graças à ação dos familiares e colegas de trabalho, com todo o apoio do Sintect-SP”. A manifestação realizada em frente ao prédio do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, na avenida Paulista (região central da capital), teria surtido efeito ao forçar a antecipação da audiência para o dia 12, antes do recesso do Judiciário.
O advogado de Denivaldo, Diego Costa, entrou no prédio e falou com o desembargador responsável. Do lado de fora, os manifestantes pediam justiça. “Todos os funcionários do tribunal estavam comentando sobre a manifestação. A maioria se sensibilizou, veio procurar saber sobre o caso. Já é um grande passo, conseguimos chamar a atenção, mas precisamos fazer mais, divulgar mais, espalhar mais, que o resultado positivo poderá vir o quanto antes”, disse Costa.
A família tem a expectativa de que Denivaldo ganhe a liberdade ainda neste ano, com a audiência no dia 12. “Podemos ter uma resposta favorável mais rapidamente”, disse o irmão José Evaristo, 32, ao VERBO. Um novo ato poderá ocorrer no próprio dia, em frente à Assembleia Legislativa, pelo apoio dos deputados. O sindicato diz que estará “em todos os locais que for necessário para levar apoio da categoria e buscar reparação da injustiça cometida com o companheiro”.
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