Com Suplicy e sem Wagner, PT de Taboão busca ‘reagir’ e fala em disputar prefeitura

Especial para o VERBO ONLINE

PEDRO HENRIQUE FEITOSA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Com o plenário da Câmara Municipal parcialmente vazio, com apenas metade da galeria ocupada por militantes, o PT (Partido dos Trabalhadores) de Taboão da Serra realizou no último domingo (26) um evento para oficializar a filiação de novos membros que teve a presença de uma das figuras mais admiradas do partido, o ex-senador Eduardo Suplicy, vereador de São Paulo, mas amargou ausência da principal liderança petista na cidade, o ex-vereador Wagner Eckstein.

Ex-senador e vereador de SP Eduardo Suplicy
Suplicy no encontro do PT, observado por Oderlan, Rosângela, Márcia, presidente Maurício e Prascidelli (dir.)
Encontro do PT com militantes do partido e convidados como Moreira
Evento do PT com militantes e convidados como o ex-petista Moreira (sentado, de verde), não chamado a falar

Conduzido pelo presidente do PT de Taboão, Maurício Lourenço, o encontro reuniu a professora Márcia, ex-vice-prefeita de Taboão, professor Oderlan, o deputado estadual Geraldo Cruz, a vereadora Rosângela Santos, de Embu das Artes, além do deputado federal Valmir Prascidelli. Também compareceram nomes de outras siglas como o vereador Moreira (PSD), de Taboão, o ex-vereador Luiz Lune (PC do B) e o presidente do PSOL de Taboão, Rodrigo Martins.

Suplicy foi a grande estrela do encontro municipal do PT. Apesar do atraso de quase duas horas, foi atencioso com todos os militantes, falou sobre o seu projeto de renda básica, a atuação como vereador na capital e estreitou a amizade com a vereadora Rosângela, que o auxiliou no discurso e chegou a atender seu telefone. Ele falou sobre a importância de uma militância forte na cidade, em vista das eleições nacional e estadual em 2018 e municipal em 2020.

Já no final da sua participação, Suplicy assinou a filiação de três novos petistas. Em seguida, ele abriu aos presentes sua dúvida em relação a qual cargo deveria se candidatar em 2018, a deputado federal para ajudar a angariar votos e aumentar a bancada ou a senador para retomar as atividades que desempenhou por 24 anos. Neste momento, voltou a ser ovacionado pelos petistas que ergueram os braços e apoiaram uma futura candidatura de Suplicy ao Senado.

Em sentimento oposto, a liderança do PT de Taboão experimentou certo constrangimento e até nervosismo com a ausência de Wagner. Questionados sobre o não comparecimento do expoente petista que foi vereador, candidato a vice-prefeito, postulante a deputado federal e estadual e presidente do partido até o início do ano, os dirigentes ressaltaram que Wagner ainda é filiado ao PT, que não havia justificado a falta no encontro, mas faria em breve.

Professora Márcia minimizou a ausência do companheiro. “Temos acompanhado o Wagner nas redes sociais, nos grupos do PT, ele continua com um posicionamento petista, combatendo o golpe [impeachment de Dilma Rousseff], perfilado ao nosso lado. A presença do Wagner engrandeceria o evento, mas o militante também é um cidadão que tem seus compromissos e interesses. Deve estar em momento de introspecção e precisa ser respeitado”, disse.

Também gerou desconforto o tratamento ao vereador Moreira, que trocou o PT pelo PSD no ano passado antes das eleições municipais. Apesar de ter sido um nome histórico do PT – e do tempo livre para pronunciamentos pelo atraso de Suplicy -, Moreira não foi convidado para compor a mesa nem discursar. Aliás, o PT convocou o evento para mostrar que ainda respira mesmo enfraquecido após a decisão de Moreira de deixar o PT sem representante na Câmara.

Maurício disse que o encontro era dirigido à militância petista. “O evento foi voltado para o processo de reorganização [do PT], tanto que não foram convidados presidentes dos partidos de oposição [ao governo Fernando Fernandes] da cidade. Como a eleição municipal ainda está longe, não precisamos tomar posição, foi decidido isso. O vereador tem mandato, repeitamos, mas, por questão de coordenação, decisão coletiva, houve consenso de não chamar”, alegou.

Prascidelli considerou importante o encontro para reestruturação do partido. “O PT precisa se organizar em todos os lugares. Os diretórios foram eleitos neste ano, nós estamos retomando um processo de organização interna do partido, novos filiados têm chegado no país inteiro, o que mostra a energia e a garra do partido de se reinventar a cada dia e poder disputar o processo eleitoral com a possibilidade de ganhar a eleição em 2018”, disse o deputado ao VERBO.

Oderlan avaliou como positivo o encontro com a militância com a “estratégica” presença de Suplicy, “para a militância mais antiga voltar”. “A gente está organizando e articulando com todo mundo para fazer uma reorganização do partido com figuras novas e com as figuras históricas, e grande parte delas estava aí. E o Suplicy tem essa vantagem de conseguir aproximar todo mundo, uma pessoa icônica dentro do partido, e acho que cumpriu a função”, comentou.

Possível candidato do PT à prefeitura de Taboão em 2020, Oderlan falou em colocar a militância petista para se somar a outras forças de oposição para “fazer contraponto” ao atual grupo político no poder. “As eleições do ano que vem serão difíceis para todos os partidos, mas vamos ter candidatos, apoiar candidatos na região com uma militância animada. Em 2020, o PT terá candidatura própria, o nome ainda está em discussão e passa pelas eleições de 2018”, revelou.

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