ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O governo Ney Santos (PRB) liberou em agosto, oficialmente, para tráfego e circulação a estrada Aurelino Alves dos Santos, mais conhecida como estrada das Veredas, mas sem um item indispensável que põe em sério risco a segurança dos usuários da via: iluminação pública. Com a temerária decisão, motoristas e pedestres têm medo de trafegar pela estrada durante a noite. O receio de percorrer o local em meio à escuridão é ser vítima de ações violentas no trajeto.
Batizada recentemente, a popular estrada das Veredas ganhou o nome de Aurelino Alves dos Santos em homenagem ao pai do prefeito Ney Santos. Com início no Parque Industrial/Jardim Magali, a via é um importante acesso da região da rodovia Régis Bittencourt e Rodoanel aos bairros Jardim dos Moraes, Colégio e São Marcos, e vice-versa. Com ciclovia e pista de caminhada ao longo dos 1.800 metros de extensão, tem “horário marcado”, porém, para ser usada.
Moradores e visitantes de Embu ironizam que a estrada só pode ser usada em “horário comercial, ou vira prato cheio para bandidos”. “A pista é um breu, totalmente escura. Passar aqui à noite é um perigo. Vou trabalhar por aqui de manhã, mas na volta venho pelo Parque Pirajuçara. Não sabemos o que pode acontecer. Imagina se alguém aproveita a escuridão para bloquear a pista e assaltar quem tiver passando?”, diz a auxiliar fiscal Fernanda Nascimento, 38.
Apesar de ser um trajeto mais curto e servir de desafogo para o trânsito carregado na avenida Rotary e vias de bairro estreitas, muitas pessoas se veem obrigadas a evitar a estrada. Os motoristas não se sentem seguros em trafegar pela nova via no período noturno e por falta de opção são obrigados a seguir pelo trajeto mais longo. “Eu passo muito pouco por esta estrada, com essa falta de luz pode acontecer de tudo”, enfatiza o motorista Gilberto Rosa Júnior, 43.
A população cobra providência da prefeitura, para finalmente poder usufruir com segurança da nova estrada, que vai trazer mais agilidade ao trânsito da região. “Todas as vezes que tive que passar pela estrada das Veredas, eu desisti por causa da falta de iluminação, a falta de segurança e também de monitoramento. Que as autoridades possam fazer alguma coisa para que esse problema seja logo solucionado”, reivindica o servidor público Alexandre Souza, 30.
Iniciada em julho de 2015, durante o mandato do então prefeito Chico Brito (sem partido), a obra da estrada foi entregue à população com atraso de dez meses – o prazo para o término inicialmente era outubro de 2016. O projeto foi financiado com recursos do governo do Estado, por intermédio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), em parceria com o governo municipal de Embu das Artes, com investimento de R$ 4.570.690,79.
A verba foi liberada para execução de drenagem, captação de água da chuva, calçada, ciclovia, pista de caminhada, pavimentação e iluminação, que ainda não teve uma “mente iluminada” para instalar. Contatada pelo VERBO, a AES Eletropaulo, por meio da central de atendimento, explicou que qualquer informação sobre iluminação pública deve ser tratada diretamente com a prefeitura. Procurada pela reportagem, Ney, por meio da assessoria, não respondeu.
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