Doda diz para Marinho ‘tomar vergonha’ sobre expulsão e xinga Geraldo de ‘militonto’

Especial para o VERBO ONLINE

PEDRO HENRIQUE FEITOSA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O vereador Doda Pinheiro (PT) rebateu, inclusive com ironia, declaração do presidente estadual do PT-SP, Luiz Marinho, e hostilizou, sem deixar de mandar recado, o deputado estadual Geraldo Cruz (PT) em reação à fala do companheiro de sigla em Embu das Artes, na sessão da Câmara em 23 de agosto. Doda, principalmente, e o vereador Edvânio Mendes (PT) atraíram a ira de militantes do partido por apoiarem o governo Ney Santos (PRB) e serem a favor da taxa de lixo.

Vereador Doda discursa rebatendo o presidente estadual do PT
Vereador Doda rebate o presidente PT e diz que puxará filiação para ver se petistas corruptos foram expulsos

Em Embu em encontro regional do PT no dia 19, Marinho disse apoiar a vereadora Rosângela Santos (PT) por ser contra a taxa de lixo e oposição a Ney, conforme orientação do partido, e que Doda e Edvânio podem ser expulsos do PT. “Se a orientação partidária não tiver cumprimento, o caminho natural é a saída”, afirmou o dirigente. Doda disse no dia 9 que o PT ao governar Embu não cobrou a taxa para se manter no poder. Geraldo retrucou que Doda é “vendido” ou “louco”.

Doda, que não participou do encontro com Marinho por problema de saúde, reagiu com contundência às críticas do presidente estadual do PT e de Geraldo no plenário da Câmara quatro dias depois. “Essas pessoas que falaram que vão expulsar o Doda e o vereador Edvânio do PT, digo o seguinte: eu entrei no PT porque quis, e no dia que quiser sair, eu saio, ninguém vai precisar me expulsar, educação vem de berço”, disse Doda, contrariado com a postura de Marinho.

Doda “jogou na cara” sempre ter sido leal ao PT e cobrou respeito. “Na pior crise do partido, eu não saí, não fui covarde. Ganhei a eleição no PT e vou cumprir o meu mandato no PT se assim a executiva, o diretório, a militância quiser. Se não quiser, vamos discutir internamente, não aqui, abertamente, no evento”, disse. Ele ironizou que Marinho “nunca pisou” em Embu para criticar líderes do partido. No evento, Marinho disse que já esteve em Embu como “turista” e “ministro”.

“O cara nunca veio na cidade, nunca pisou os pés no Embu, nem sabe quem é Doda e Edvânio e vem vomitar um monte de coisa, sem saber a realidade que estamos vivendo na cidade”, disse Doda ao destacar o desempenho do PT local. “Ele deveria, sim, olhar para dentro do partido e perceber que na região metropolitana o único [diretório] que teve condições de fazer três vereadores foi Embu, que manteve os três. Em nenhuma outra cidade isso aconteceu”, disse.

Doda contra-atacou e disse que vai querer saber se o PT expulsou membros do partido que praticaram corrupção. “Vou puxar as filiações de todos os envolvidos na Lava Jato e outras [operações], inclusive dos que foram presos, e saber se foram expulsos do partido. Esses sim envergonharam o PT todo santo dia. Agora, o vereador tem a coragem de falar a verdade e é rechaçado, vai ser expulso?”, disse ao reafirmar que o PT não cobrou a taxa de lixo por motivo eleitoreiro.

“Toma vergonha na cara, mais respeito com quem está no mandato e ajuda a manter o partido até hoje na cidade. Eu não aceito esse tipo de situação dentro do meu partido, aqui não tem nenhum moleque para ouvir ameaças e ficar calado. Já é a visualização das eleições no ano que vem, e não vou servir de degrau para ninguém subir nas minhas costas e se manter no poder”, disse em farpas a Geraldo, que deve anunciar candidatura a novo mandato a estadual.

Irônico, Doda atacou Geraldo, inclusive com xingamento de militante “tonto”. “Em relação ao evento e especificamente ao que o presidente estadual do PT, Luiz Marinho, e alguns ‘militontos’ falaram, dentre eles o deputado estadual Geraldo Cruz, quero dizer que a fala do Marinho estava tão empolgante, tão boa que na foto da matéria [do VERBO sobre o encontro] o nobre deputado estava vendo [mensagens no] WhatsApp”, disparou o vereador ao iniciar discurso.

Hoje desafeto de Geraldo, Doda foi, porém, o principal escudeiro do candidato a prefeito petista em 2016, no embate com Ney. A eleição da nova direção do PT e a disputa de espaço no partido entre Doda e Rosângela, aliada de Geraldo, azedaram a relação entre ambos. Na discussão sobre manter a lei que promove ADI a professor, o chefe-de-gabinete de Doda disse que ele não tinha apoio dos outros vereadores. A própria Rosângela desmentiu e disse apoiar a causa.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>