ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Desde a madrugada (0h) de domingo (2), o usuário do transporte municipal de Taboão da Serra desembolsa R$ 3,80 para andar de ônibus circulares, que não têm bilhete que permita fazer mais de uma viagem por determinado tempo pelo preço de uma tarifa e não dispõem de cobrador em município com território de apenas 20 km2, para lucratividade da empresa. Na campanha à reeleição, porém, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) negou que ia subir a passagem.
Apesar de a tarifa ter ficado congelada cinco anos, Fernando até citou em setembro do ano passado a cobrança de R$ 3,80, mas com o bilhete único criado, ao admitir já ter prometido em 2012. “Reciclei [a proposta]. Infelizmente, por conta das concorrências com a Pirajuçara não conseguimos implantar neste primeiro governo. Mas já providenciamos um edital para uma nova licitação que vai acontecer e agora fizemos nova proposta do bilhete único”, disse o prefeito.
“O bilhete será com passagem em torno de R$ 3,80, o usuário vai poder usar durante duas ou três horas – estamos estudando – com o mesmo bilhete”, disse, ao frisar que a tarifa de R$ 3,80 seria “o valor se a concorrência acontecesse agora”. À época, evitou confirmar o próximo reajuste da tarifa e lembrou que em 2013 revogou os R$ 3,30. “O Brasil atravessa um momento em que as famílias estão em dificuldade, a gente vai lutar sempre pelo menor preço”, disse.
Ao repercutir reportagem do VERBO sobre a declaração de Fernando, porém, a campanha do candidato Aprígio (PSD), principal adversário do prefeito, distribuiu jornal em que afirmava que Fernando ia aumentar a passagem. Fernando não só condicionou a futura tarifa de R$ 3,80 à implantação da bilhetagem eletrônica, como, depressa, negou que ia autorizar o reajuste neste ano em vídeo que postou em uma rede social no dia 22 de setembro, a dez dias da eleição.
Com receio de prejuízo eleitoral ao falar de reajuste do transporte municipal, Fernando acusou adversários de inventar que elevaria o preço da tarifa. “A oposição agora anda inventando que eu vou aumentar a passagem de ônibus. Isso é mentira. Quando eu assumi [a prefeitura], em 2013, a passagem tinha sido aumentada pelo governo do Evilásio [Farias] e do Aprígio, para R$ 3,30”, disse ele no vídeo. Apesar de Fernando negar, a tarifa foi a R$ 3,80, e nada de bilhete único.
O governo Fernando Fernandes atribuiu o aumento a ação das empresas Pirajuçara e Fervima (do mesmo grupo) na Justiça e procurou se eximir de responsabilidade pelo reajuste, apesar de fazer “acordo”. “Considerando que desde dezembro de 2011 a tarifa dos ônibus circulares não era reajustada. A Prefeitura de Taboão da Serra informa que após pleito das concessionárias de ônibus de reajuste houve um acordo homologado pela Justiça”, diz a administração.
“Vale ressaltar que as gratuidades e descontos nas passagens permanecem garantidos conforme a legislação. Além disto, a revisão dos valores para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema está prevista na Lei Federal 8.987/1995”, finaliza a nota – prevista, mas classificada como “mentira” por Fernando na campanha eleitoral. Em junho de 2016, Fernando prorrogou contrato da empresa por mais quatro anos, sem também a licitação prometida.
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE