ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
Nesta quinta-feira (29), às 20h, a Diocese de Campo Limpo, a Igreja Católica na região, celebra os 60 anos de sacerdócio do bispo emérito (aposentado) dom Emílio Pignoli e os 20 anos de inauguração da catedral, local da missa solene. Além da celebração, a comemoração terá abertura da exposição fotográfica retratando a trajetória de dom Emílio, “60 anos Consolidando Vocações”, em alusão ao lema de vida episcopal do sacerdote, que completa 85 anos em dezembro.
Em 1989, o papa João Paulo 2º criou quatro novas dioceses em São Paulo – além de Campo Limpo, Santo Amaro (zona sul), São Miguel Paulista (zona leste) e Osasco (região metropolitana) -, com território desmembrado da Arquidiocese de São Paulo, então maior sede católica do mundo. De acordo com a Cúria, dentre as novas dioceses, Campo Limpo foi a única que precisou construir uma catedral, já que no território não existia nenhuma outra igreja característica.
Após a doação de um terreno no largo do Campo Limpo, dom Emílio – nomeado primeiro bispo da diocese – lançou um concurso para o projeto da catedral. O escolhido foi desenvolvido pelo escritório Projeto Paulista. “A concepção foi de um espaço amplo, aberto, o maior vão possível que pudesse abrigar mil pessoas sentadas sem qualquer obstáculo prejudicando a visibilidade do local, sem pilares, portanto”, diz o arquiteto Fábio Gonçalves, responsável pela obra.
A diocese iniciou as obras em 1992 e contou com a doação de inúmeros benfeitores que se desdobraram em auxiliar na construção – campanhas, rifas e outras inúmeras promoções e iniciativas foram realizadas. Possui importante participação no projeto o artista plástico Cláudio Pastro, autor do painel (pintura no altar) da Sagrada Família (Jesus, Maria, José), a quem é consagrada a catedral, e dos painéis laterais. Pastro morreu no ano passado, aos 68 anos.
Inovador e arrojado, o projeto da Catedral Sagrada Família (tema de reportagens da imprensa de São Paulo) ainda hoje atrai estudantes de arquitetura em visita para conhecer o moderno templo. Há 20 anos a catedral se tornou a igreja central, a “casa-mãe” dos 2,2 milhões de fiéis da diocese. Ela foi inaugurada (“dedicada”) em 29 de junho de 1997 pelo cardeal dom Lucas Moreira Neves (1925-2002), então presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
A história de dom Emílio Pignoli (pronuncia-se “Pinhóli”) transcende Campo Limpo. Nascido em 14 de dezembro de 1932 em Cremona (Itália), Emílio ingressou no seminário local em 1952. Atendendo ao apelo do papa Pio 12 para a evangelização do Brasil, o seminarista Emílio chegou a terras brasileiras e se radicou na então Diocese de Ribeirão Preto (SP, desde 1958 arquidiocese), pela qual concluiu os estudos no Seminário Central do Ipiranga, na capital paulista.
Em 29 de junho de 1957, Emílio foi ordenado padre. Após ser vigário em Cravinhos e pároco em Orlândia, na região de Ribeirão Preto, ele foi ordenado bispo em 24 de junho de 1976, com “apenas” 43 anos, sob o lema “Consolidai vossa vocação”. Foi designado à Diocese de Mogi das Cruzes (SP), onde ficou até 1989, quando foi nomeado para Campo Limpo. Permaneceu à frente da diocese até 2008, quando teve pedido de renúncia pelo limite de idade (75 anos) aceito.
Nos 19 anos à frente da diocese, dom Emílio criou 76 paróquias (que se somaram às 24 existentes da então Região Episcopal Itapecerica da Serra da Arquidiocese de São Paulo), promoveu vocações (incentivou e formou candidatos a padre), construiu quatro seminários, ordenou 137 padres, incentivou a Cáritas (braço social da Igreja Católica), idealizou projeto de alfabetização de adultos com mais de 130 salas de aula por onde passaram cerca de 3 mil alunos, fundou o Instituto Cardeal Rossi, de recuperação de jovens infratores, além de ter erguido a Catedral-Santuário Sagrada Família.
SERVIÇO
Celebração de 60 anos de sacerdócio de d. Emílio Pignoli e 20 anos de inauguração da Catedral Sagrada Família
Nesta quinta-feira (29), às 20h, na Catedral Sagrada Família
Rua Campina Grande, 400, Campo Limpo (zona sul de São Paulo), ao lado do terminal de ônibus Campo Limpo
NOTA DA REDAÇÃO – O jornalista Adilson Oliveira foi assessor de Comunicação da Diocese de Campo Limpo de 1996 a 2002, sob o bispado de dom Emílio Pignoli
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