Ney reafirma dívida de R$ 250 milhões da prefeitura e diz que Geraldo se ‘vitimiza’

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no centro de Embu das Artes

Em entrevista exclusiva ao VERBO na quinta-feira (22), o prefeito Ney Santos (PRB) reafirmou que a prefeitura tem uma dívida de cerca de R$ 250 milhões – ao falar que informação veiculada de que a maior parte do débito (R$ 170 milhões) era a longo prazo está “errada” -, citou ações para recuperar a saúde e as vias públicas de Embu das Artes e disse que o deputado estadual Geraldo Cruz (PT) “toma conta da vida dele” em vez de buscar verbas para Embu e se faz de “vítima”.

Ney Santos, no gabinete do prefeito, em entrevista ao VERBO em que
Ney Santos, no gabinete do prefeito, em entrevista ao VERBO em que rebateu críticas de Geraldo Cruz (PT)

Ney disse que Geraldo “está totalmente equivocado” ao dizer que a prefeitura tem dívida de “apenas” R$ 70 milhões para pagar a curto prazo e que não fez “nada” na cidade por “inércia”. Ele disse que a crítica se baseou em reportagem de um site equivocada. “Eu até brinquei com o secretário: ‘Você pagou toda a dívida?’ Ele me falou: ‘Chefe, está errado, deixei claro para a pessoa que veio me entrevistar como era a dívida’. A dívida passa de R$ 247 milhões”, afirmou Ney.

“Só com a Enob, a empresa que coleta lixo, a dívida é de R$ 48 milhões. Com a OS que administra a saúde, quase R$ 20 milhões. Só aí já são R$ 68 milhões”, disse Ney, que falou em quitar o débito em curto tempo. “Baixamos um decreto e congelamos toda a dívida. A ideia é neste ano fazer uma auditoria, reanálise de todos os contratos, tentar propor um parcelamento com as empresas e a partir de janeiro, quando entra a maior arrecadação, começar a acertar”, disse.

“Se estamos falando que tem a dívida, é porque detectamos, aqui é uma instituição séria, eu e os técnicos temos a obrigação de falar a verdade. E não tenho problema em responder, essa dívida foi feita na gestão passada”, disse Ney. Ele disse que, além da dívida herdada, a prefeitura fecha com déficit de R$ 5,8 milhões a cada mês. “Ela arrecada R$ 40,9 milhões e gasta R$ 45,8 milhões para manter a porta aberta. Em quatro anos, vai para R$ 280 milhões”, disse.

“Se continuarmos fechando no vermelho como na gestão passada, chegaremos ao fim do mandato com a mesma dívida. Por isso, trabalhamos para fechar ralos, enxugar despesas, arrecadar mais”, disse. Citou que deixou de pagar o Samu de toda a região e poupou R$ 1,8 milhão/ano. Disse que criou 364 cargos, “depois mais uma quantidade, mas não estão sendo utilizados todos”. “Estamos segurando ao máximo. Economizamos R$ 1 milhão com 400 cargos a menos.”

O prefeito respondeu a Geraldo sobre a cidade estar esburacada. “Lançamos nosso plano de mobilidade. Vão ser asfaltadas cem ruas. Nesta primeira fase, são 40, até dezembro. Iniciamos pela avenida Rotary, e pelas ruas São Caetano, São Jorge, no Valo Verde. Vamos trocar iluminação e sinalização. Nas primeiras 40 ruas, o investimento é de R$ 14 milhões. É o maior plano de mobilidade já feito na cidade, nunca foram feitas 40 ruas numa tacada só”, disse.

Sobre Geraldo ter dito que os uniformes foram comprados grande e sem qualidade, Ney disse que licitou quase 30 mil kits ou 180 mil peças de roupa. “Pelo menos ele criou uma coisa que deu certo [kits]. Mas faz politicagem em cima de uma dificuldade. Será que não podem ter vindo algumas peças com defeito? A empresa trocou. As pessoas não podem generalizar e dizer que o kit foi ruim. As mães que reclamaram podem ter sido orquestradas pelo grupo dele”, falou.

Ney rebateu crítica de Geraldo de que faltam médicos e remédios na rede municipal. “Contratamos 24 novos médicos, abrimos processo seletivo para mais 26 para serem espalhados pelos postos de saúde. A demora era de seis meses para conseguir consulta. Hoje, já consegue marcar para a mesma semana”, disse. Ele afirmou que a prefeitura só vai fornecer agora a “cesta municipal”, com mais de 700 medicamentos. “Esses não vão faltar”, garantiu o prefeito.

Sobre a gestão dos pronto-socorros, Ney ressaltou que assinou “rescisão com a empresa que estava desde a época da administração deles, com péssima qualidade”. “Fizemos chamamento público, vieram cinco empresas, duas foram desclassificadas. Uma comissão está escolhendo a dedo o melhor projeto entre as três, para tirar a empresa que está e homologar a vencedora. Creio que entre 15 e 20 dias a nova empresa já administrará a saúde da nossa cidade”, disse.

Em resposta a leitora do VERBO que disse que “a saúde é um horror” e a espera por marcação de exames chega a dois anos, o prefeito disse que “tem mesmo”. “Tem 20 mil pessoas na fila em Embu. Estamos licitando para contratar uma clínica particular para acabar com a fila, vamos fazer mutirão no fim de semana, de madrugada. Hoje, dependemos do Hospital Pirajuçara. Embu e Taboão da Serra pagam a coleta do lixo do HGP, mas se procurar vaga lá não tem”, disse.

“O deputado que fala essas besteiras deveria abrir diálogo com o Estado e pedir prioridade para Embu [no HGP]. Agora mesmo, quase perdemos R$ 4,8 milhões, para estância turística, porque o deputado da nossa cidade não está atento a essas dificuldades. Por mais que ele seja oposição, acima das discussões partidárias tem o interesse da população. Ele, em vez de tomar conta da minha vida, deveria fazer essa agenda para um futuro melhor para nossa cidade”, disparou.

Ney disse que Geraldo entendeu a fala de “perder o rumo” como ameaça sem razão. “A votação do deputado só vem caindo. O cara que sempre teve pose de vitorioso se chegar ter 10, 15 mil votos acaba morrendo politicamente. Tomar uma lavada e perder o rumo têm alguma ameaça? Não tem, meu primeiro voto foi no Geraldo para prefeito. O que falei foi meu ‘feeling’ e pelo que ouço na rua, ele já deu o que tinha que dar. Mais uma vez, ele está se vitimizando”, disse.

Ney retrucou Geraldo dizer que Embu tem um prefeito envolvido com crime. “O próprio Geraldo saiu de um processo [por uso de jornal]. Ele já teve processo de estupro de adolescente. Não tem moral para falar disso. Agora, ser acusado é uma coisa, condenado, outra. Seu eu devesse, não estaria aqui. A justiça será feita, daqui alguns meses ou dias, vamos ver se sou culpado. Sofri simplesmente uma denúncia anônima, não tem materialidade de provas”, afirmou.

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comentários

  • O prefeito diz “As mães que reclamaram podem ter sido orquestradas pelo grupo dele”?!?!?
    Vem falar na minha cara e aproveita e prova que eu tenho alguma ligação com qualquer politico que seja. Tenho nojo de politico. Raça que só sabe jogar a peteca pro outro e não assume as consequências de seus atos. Não tem nem criança nem marionete aqui não, viu senhor prefeito. Respeito é bom e tá na hora de mostrar que tem essa capacidade: respeitar quem o senhor não conhece.

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