ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O pré-candidato do PT a governador de São Paulo, Alexandre Padilha, rebateu nesta quinta-feira, dia 3, crítica de Fernando Fernandes (PSDB) de que o Ministério da Saúde não enviou verba para pagamento de parte das despesas de manutenção da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) na cidade. Em inauguração de programa estadual pela manhã, o prefeito disse que o governo federal deveria bancar metade do custeio e sugeriu que ainda não repassou nada por rivalidade partidária.
Padilha foi categórico em negar a acusação. “O prefeito sabe que não é isso, sabe que não só o governo federal como eu tenho postura republicana. Não fosse isso, tinha parado a construção, rompido os recursos. Desde que ele se tornou prefeito, a cidade recebeu recursos para construir e equipar a UPA 24h como recebeu recursos para habitação, drenagem”, afirmou, em visita a Taboão. Ele era ministro da Saúde quando a UPA foi construída e, em dezembro de 2013, inaugurada.
“O ministério segue conjunto de normas e regras, é muito rigoroso tanto na construção, equipamento quanto também no repasse de recursos para manter a UPA, e possibilita ao município poder aumentar o recurso caso padrões de qualidade sejam cumpridos. A prefeitura tem que checar isso [não repasse] com o ministério”, afirmou. Ele disse que, se o prefeito “fala isso, está pensando que o governo federal age como o governo dele [PSDB], de forma não republicana”, disparou.
Padilha disse que a gestão petista não discrimina governos não-aliados tanto que tem “feito questão de conversar com prefeitos de todos os partidos e fui recebido por prefeitos do PSDB de várias cidades”. Ele falou que, por meio do prefeito Chico Brito, de Embu das Artes, pediu audiência com Fernando, em vão. “Se ele, devido ao ano eleitoral, quer fazer disputa política, vai responder por isso, que assuma suas atitudes. Essa não será a minha postura quando assumir o Estado.”
POLÍTICA
Fernando cobra que o governo federal arque desde a abertura da UPA com 50% das despesas de funcionamento. Há um mês, já tinha dito: “O correto é repassarem [recurso] desde quando começamos a tocar, dia 24 de dezembro, colocam em propaganda que a UPA é deles [governo federal], o pai tem que cuidar do filho. Temos a responsabilidade nossa, que está sendo assumida, e em dobro, já pagamos por eles R$ 1,2 milhão, de janeiro e fevereiro, é muito dinheiro”, queixou-se.
No entanto, a prefeitura sabia que o repasse integral não seria de imediato. Na vistoria do ainda ministro Padilha à UPA, em 21 de dezembro, antevéspera da inauguração, a secretária Raquel Zaicaner (Saúde) explicou: “Está previsto custo de mais ou menos R$ 1,2 milhão. O ministério, pelas portarias que determinam o cofinanciamento, entra com R$ 250 mil de início e depois que fizer toda a qualificação da UPA aumenta para R$ 600 mil. O restante é todo bancado pela prefeitura”.
“De início, vamos arcar com 80% do custeio. Depois, se Deus quiser e acredito que o ministro já se sensibilizou nesta visita, dividiremos [50% para cada] o gasto”, admitiu o próprio prefeito, em entrevista junto com Raquel. Indagada pelo VERBO em quanto tempo o ministério pagaria a metade, a secretária disse: “Seis meses, provavelmente. O ministro falou que vai procurar antecipar porque reconheceu a qualidade”. “E o nosso esforço de inaugurar em tempo recorde”, disse Fernando.
No mês passado, o prefeito disse também que na vistoria reclamou o repasse dos 50%, mas reconheceu que o ministério ficou “de estudar”. Em resposta a crítica de que “escondeu” obra federal ao batizar a UPA com nome do PS que desativou, Akira Tada, ele aproveitou para alfinetar o PT. “Duas UPAs [na Grande São Paulo] começaram em 2010 e ainda não foram inauguradas, de Carapicuíba e Embu das Artes, governos do PT. A única UPA inaugurada é de Taboão, governo do PSDB.”
Contudo, a UPA de Embu já deverá ter repasse de 50% garantido de imediato. Após a inauguração da UPA de Taboão, Padilha, antes de deixar o ministério, no fim de janeiro, para disputar o governo paulista, assinou resolução que estabelece o repasse de metade do custeio logo que a unidade comece a atender. “Antes demorava até 6 meses. Agora, começou a funcionar, qualificou na outra semana, o recurso já terá que vir. Vamos inaugurar a nossa UPA em setembro”, disse Chico.