Para ‘ajudar’ a governar e enfrentar Geraldo, Ney põe Chico como chefe-de-gabinete

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O ex-prefeito Chico Brito (ex-PT, sem partido) é o novo chefe de gabinete do prefeito Ney Santos (PRB), conforme apurou o VERBO. Chico vai assumir o posto reservado ao braço direito do chefe do Executivo, após o deputado Geraldo Cruz (PT), desafeto de ambos, ter vitória nos tribunais. O VERBO publicou que no mês passado Ney recebeu Chico no gabinete para retomar conversa sobre “acordos”. A nomeação, tratada a sete chaves, não foi anunciada oficialmente.

Ex-prefeito Chico Brito e Ney Santos, que o escolheu como chefe-de-gabinete
Ex-prefeito Chico Brito (ex-PT, sem partido) e o prefeito Ney Santos, que o escolheu como chefe-de-gabinete

No dia 2 de maio, Ney esteve reunido com Chico no gabinete. O ex-prefeito entrou e saiu pela porta dos fundos da para não ser visto. Nesta quarta-feira (7), ambos almoçaram juntos no gabinete do prefeito, com direito a garçons entrando com os pratos, em clima bastante descontraído. Curiosamente, Ney dizia que Chico deixou dívida de R$ 247 milhões. Chico vai substituir o pastor Marco Roberto, que vai para a Secretaria de Finanças, no lugar de José Roberto Jorge.

Além dos “interesses” comuns, Ney convidou Chico para que o ajude a administrar a cidade, como espécie de gerente, já que o governo patina. Secretários de Ney admitiram que não sabem comandar a máquina e estão sendo cobrados demais pelo prefeito e pela população – não raro, recebem mensagem de Ney de madrugada. Os aliados decidiram estar “mais” juntos também após o deputado Geraldo Cruz (PT) ganhar processo no TSE e não estar mais inelegível.

Após o prefeito Chico, que ainda estava no PT, e o vereador Ney se enfrentarem na eleição do presidente da Câmara em 2013 e rivalizarem nos bastidores como governo e oposição ao longo daquele ano, ambos negociaram acordo pelo qual Ney deixaria de ser adversário da administração para se tornar apoiador do governo e ter as benesses da gestão. Em troca, Ney deveria passar a “bater” no ex-aliado e agora desafeto de Chico, o deputado estadual Geraldo Cruz (PT).

“Acanhado” no início, o acordo ganhou corpo após o projeto de Chico de eleger o vereador João Leite (PT) deputado estadual e derrotar Geraldo, candidato a novo mandato na Assembleia Legislativa, ser um fracasso retumbante, pelo amplo apoio angariado. Com Geraldo reconduzido ao parlamento paulista, Chico foi para o “vale tudo” da guerra aberta com o petista e deu o “golpe dentro do golpe” para fazer Ney presidente da Câmara em vista da sucessão municipal.

Com a intervenção de petistas graúdos no entrevero dos principais expoentes do partido em Embu, com destaque para o ex-presidente Lula, Chico e Geraldo fizeram uma reaproximação “tácita” para não levar o PT a perder a prefeitura e sacrificar o legado de 16 anos no governo da cidade, apesar da “deglutição” penosa. Mas Chico “roeu” a corda. Com o pretexto de não poder apoiar Geraldo a prefeito por ter que ser leal a aliados apoiadores de Ney, desertou do PT.

Após Ney explorar a impopularidade de Chico para ganhar a eleição, e Chico tachar Ney de “oportunista”, ambos se associaram de novo para tratar de interesses comuns como alijar Geraldo da política. Como fracassaram, já que o petista foi absolvido no TSE e agora é “ficha limpa”, eles fizeram investida “desesperada” para tentar em 2018 desbancar Geraldo da Assembleia e viabilizar o vereador Hugo Prado (PSB), ex-assessor de Chico, como deputado estadual.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

 

comentários

>