Ney manda e vereadores aprovam criação de mais cem cargos de indicação política

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Vereadores de Embu das Artes aprovaram na sessão na quarta-feira retrasada (24) a criação de mais cem cargos comissionados, sem concurso público e sem comprovação de capacidade técnica, os chamados de indicação política, conforme projeto mandado à Câmara, em regime de urgência, pelo prefeito Ney Santos (PRB). É a segunda vez em quatro meses que Ney cria cargos de livre-nomeação na prefeitura – em março, aprovou 330 “cabides de emprego”.

Ney Santos, que já criou mais de 400 cargos comissionados, discursa ao lado do presidente da Câmara, Hugo Prado
Ney, que já criou mais de 400 cargos comissionados, discursa ao lado do presidente da Câmara, Hugo Prado

Ney criou o cargo de assessor especial de gestão administrativa, no total de 70 vagas “destinadas a executar atividades de assessoria ao gabinete do prefeito, gabinete dos secretários, departamentos e divisões” da prefeitura. O ocupante só terá que manter com a autoridade que o nomear “o liame de confiança” e ter o ensino fundamental completo. O servidor terá vencimento (salário) mensal de R$ 2.500, com garantia de revisão geral anual. O chefe do Executivo criou ainda mais 30 cargos de assessor de gabinete (eram cinco), com a mesma referência salarial – (“A1”) de R$ 8.469,95.

Como na mesma lei extinguiu nove cargos, na área da saúde (chefe da divisão de especialidades odontológicas, chefe da divisão de diagnósticos, chefe da divisão de reabilitação e fisioterapia, chefe da divisão da saúde da mulher, chefe da divisão de saúde do idoso, chefe da divisão de vigilância epidemiológica, chefe da divisão de pronto-atendimento, chefe da divisão de maternidades e chefe de divisão de hospital), Ney alegou economia para criar os cem cargos políticos.

“Ocorre que, após a aprovação da lei complementar 320, de 7 de março de 2017, foi formalizado acordo administrativo com o Instituto Social Saúde e Resgate à Vida, possibilitando a rescisão amigável do contrato na mesma data em que a nova empresa responsável pela gestão da saúde iniciar suas atividades, o que evitará a interrupção do serviço. Dessa forma, com a gestão da saúde entregue nas mãos de uma empresa, não há razão de a administração manter os cargos de direção que pela presente propositura buscamos a extinção”, justifica Ney aos vereadores para obter aprovação.

“De outra parte, com a economia da referida despesa, propomos a criação do cargo de comissão de Assessor Especial de Gestão Administrativa com 70 vagas e o aumento de 30 (trinta) vagas do cargo de comissão de Assessor de Gabinete […], funções essenciais para a implantação e gestão do plano de governo e realização das metas administrativas”, finaliza o prefeito, sem apresentar, porém, qual seria a economia em extinguir apenas nove cargos e criar outros cem.

Com os novos cargos, Ney já criou 430, oficialmente. No início de fevereiro, ao assumir a prefeitura (com habeas corpus depois de 60 dias foragido acusado de associação com o crime organizado), ele disse que o número de funcionários de indicação política “não passará de 330 cargos, no máximo”. “456 cargos criados na cidade de Embu das Artes e ainda não deu para contemplar todos. Calma, todos serão chamados”, ironiza Celso Vasconcelos, ex-“bajulador” de Ney.

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