RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Servidores municipais da educação de Taboão da Serra completam nesta sexta-feira (12) dez dias de greve. Nesta manhã, um grupo de educadores continua a percorrer unidades de ensino do município para conseguir a adesão de mais profissionais à paralisação – estiveram, entre outras, nas EMIs (escolas infantis) Aninha, Maria Cebolinha (ambas no Jardim Record), Bidu (Freitas Jr.), Tio Barnabé e na Emef (fundamental) Ester Cordeiro de Souza (ambas no Trianon).
Os educadores adotaram a estratégia de sensibilizar e “encorajar” mais colegas a participarem da greve, desde o início da paralisação, no dia 2, já que, por enquanto, apenas parte da categoria aderiu ao movimento, os trabalhadores ligados ao Siproem (Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais). Na próxima segunda-feira (15), às 9h, os profissionais de ensino realizam ato com “panelaço” no largo de Taboão e caminhada até a Secretaria de Educação.
Os servidores da educação mantêm a greve após terem recusado na quarta-feira (10) a proposta feita pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB) de encerrarem a paralisação em troca de uma reunião no dia 25 de maio para discutir a pauta de reivindicações. No geral, os educadores avaliaram que aceitar a imposição do prefeito soaria como uma derrota e desmobilizaria o movimento. A categoria também tinha receio de que Fernando desmarcasse o encontro.
“A assembleia rejeitou proposta do prefeito Fernando Fernandes de receber o sindicato e comissão de representantes dos trabalhadores no dia 25. Entendemos que dia 25 está muito longe, quem está em greve teria que aguardar todos esses dias para a reunião com o prefeito. A assembleia entende que a greve está forte para segurar até que o prefeito nos chame. A urgência agora está na mão dele”, disse Adenir Segura, presidente do Siproem, sindicato da categoria.
Com a decisão, os servidores falaram em intensificar a greve com caminhadas e protestos em vários pontos da cidade, como o ato na segunda-feira. “Estão pedindo primeiro a reabertura do diálogo para que seja apresentada a pauta de reivindicações ao prefeito. A pauta vai desde a reposição das perdas salariais até o plano de carreira, passando pelo [dar] vale-transporte, vale-alimentação, [melhores] condições de trabalho”, disse o vereador Professor Moreira (PSD).
“Há funcionários que hoje recebem menos que o piso nacional, ganham R$ 700. Nem com o abono de R$ 200 que foi dado para a categoria chega ao piso nacional. E o prefeito apresentou a proposta de que só atenderia os grevistas com a paralisação e o retorno imediato ao trabalho, o que foi rechaçado pela categoria”, disse Moreira. Na assembleia, uma servidora exibiu o cartaz “Prefeito de Taboão, te desafio a sustentar sua família com nosso salário: ADE – R$ 730, ADI – R$ 835, inspetor – R$ 730, auxiliar de classe – R$ 900″ […] A greve continua, prefeito a culpa é sua – negociação já”.
O vereador Eduardo Nóbrega (PSDB), presidente da Comissão de Educação e líder de Fernando na Câmara, que foi o portador da proposta do prefeito, lamentou o impasse. “Fico muito triste e lamento. Vou continuar tentando o diálogo, mas cria um entrave. A posição do governo é clara e legítima. Os grevistas também têm posição clara e legítima. Fico triste, mas vou buscar o diálogo”, disse Nóbrega – declarado candidato a prefeito em 2020 -, ao site “Taboão em Foco”. Os servidores realizam nova assembleia para discutir a continuidade ou não da greve na próxima quarta-feira (17).
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