ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes e Itapecerica da Serra
Bloqueios com queima de pneus e passeatas na rodovia Régis Bittencourt, paralisação total de uma empresa de ônibus e circulação reduzida e com saída retardada de outras viações, adesão de profissionais de educação de um município ao movimento marcaram o dia de “greve geral” na região, nesta sexta-feira (28). A mobilização nacional foi convocada por sindicatos e movimentos sociais contra as reformas trabalhista e da Previdência do governo Michel Temer (PMDB).
Como primeiros reflexos da greve, os motoristas e cobradores da Miracatiba, que atende principalmente Itapecerica da Serra e Embu das Artes com linhas para São Paulo, decidiram não colocar nenhum dos cerca de 400 ônibus para rodar. No fim da tarde, apenas funcionários da administração deixavam a garagem, em Itapecerica. Sem ônibus da própria viação, esperavam carona para ir embora. Muitos trabalhadores, porém, nem conseguiram chegar com a greve geral.
“Está tudo aí dentro, não saiu nenhum [ônibus], desde manhã”, disse um funcionário da manutenção. A população de Itapecerica contou apenas com vans do sistema municipal e do transporte intermunicipal alternativo da EMTU, mas com frota reduzida e com intervalo maior entre os coletivos ao longo do dia. “Saiu um ‘gato pingado’ [dos coletivos municipais]. E desse [com lataria] azul, da EMTU, recolheram a metade”, disse porteiro da garagem no fim da tarde.
Com membros do sindicato na porta para evitar a saída da frota, a Pirajuçara não saiu da garagem, em Embu, nos primeiros horários, a partir das 4h, mas voltou a circular gradativamente a partir das 7h. “Ah, ficaram bastante [ônibus na garagem]. Ficaram aí dentro quase 80% da frota, muitos funcionários moram longe e não vieram. Os que vieram ficaram com medo de sair, saíram alguns carros, mas chegaram vários apedrejados”, contou um motorista ao VERBO.
Responsável pelo transporte municipal de Taboão da Serra, a Fervima também teria sido alvo de ataque. “Começaram a quebrar os ônibus que saíram”, disse um motorista. A empresa demorou a pôr condução nas ruas. “Saí com quase 3 horas de atraso, era para eu sair 6h25, fui sair às 9 horas”, disse um condutor do Circular 9. No fim da tarde, muitos carros voltavam para garagem. Procuradas na portaria, a Pirajuçara e a Fervima, do mesmo grupo, não quiseram falar.
Os atos de greve mais agudos na região ocorreram na Régis Bittencourt. A rodovia foi totalmente interditada quando ainda estava escuro, pouco antes da 6h, no km 274, em Taboão, nos dois sentidos. Manifestantes produziram grande fogo na estrada ao queimar pneus e assustaram os motoristas, que voltaram na contramão. Ainda pela manhã, a BR-116 foi bloqueada no km 276, em Embu, no km 284, na divisa com Itapecerica, e no km 270, também em Taboão.
No fim da manhã, a Régis foi totalmente liberada – manifestantes encerraram o protesto em gramado do retorno do Parque Pinheiros, no km 273. No início da tarde, porém, um grupo de servidores da prefeitura de Taboão da Serra, principalmente da educação, voltou a fechar a BR-116, no km 269, na altura da praça central. Depois, realizou uma passeata até a divisa com a capital. Além de aderir à paralisação, a categoria decidiu iniciar uma greve no município.
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