ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
A Câmara de Vereadores de Embu das Artes não irá funcionar nesta sexta-feira, 28 de abril, dia de greve geral no país convocada em protesto, a rigor, contra a proposta de mudança nas regras de obtenção da aposentadoria e benefícios do governo Michel Temer (PMDB). O Poder Legislativo municipal alega que não terá expediente – em fim de semana com emenda de feriado, o Dia do Trabalho (1º), segunda-feira – “em movimento contra a reforma da Previdência”.
Ao final da sessão nesta quarta (26), o presidente Hugo Prado (PSB) anunciou “ponto facultativo” na Câmara amanhã. Ele fez um discurso dúbio, para não parecer apoio ao PT – contrário às mudanças na aposentadoria -, partido que tem combatido nos últimos meses, após se aliar ao prefeito Ney Santos (PRB), apesar de já ter sido apoiador entusiasta da sigla. No fim de semana, o deputado estadual Geraldo Cruz (PT), desafeto de Hugo, fez evento contra a reforma.
“Da mesma forma que estamos nos empenhando aqui na nossa cidade para organizar, regulamentar, sabemos que essa é a mesma dificuldade do governo federal, até porque a troca da presidente Dilma pelo presidente Temer foi justamente pelo desgoverno que estávamos vivendo no país. Sabemos também que o rombo, o déficit da Previdência não nasceu hoje, e agora temos que resolver todos os problemas. Temos que ter entendimento muito maior”, disse.
Hugo diagnosticou, porém, que “sucatearam a nossa Previdência”. “Porém, essa reforma deve ser amplamente discutida com todas as classes sociais e bases, não adianta colocarmos o povo para pagar uma conta, sendo que os bancos devem bilhões de reais para a nossa Previdência, e não fazemos nenhuma ação”, disse na sessão em que petistas reafirmaram posição contra a mudança. Vereadores de partidos de deputados favoráveis à reforma calaram.
“Em consonância com os meus pares, nesta próxima sexta-feira, dia 28, decretaremos aqui neste Legislativo ponto facultativo, para que a gente possa manifestar nossa posição contrária à reforma da Previdência neste momento. Não podemos deixar que o trabalhador, que em todos os casos, em todos os governos, acabam sendo os responsáveis por pagar essa conta”, disse. Em março, moção de repúdio da vereadora Rosângela Santos (PT) à reforma foi aprovada.
“O nosso Legislativo estará unido a esse movimento contra a reforma. Não estamos fazendo aqui um movimento contra o governo, até porque este que está aí hoje sucedeu um governo que acabou com o nosso país e, com fé em Deus, vamos banir de vez da nossa história”, finalizou Hugo, em novo esforço para se diferenciar do discurso do PT, em cujo ninho se abrigou no passado recente. Diferente da Câmara, o expediente na prefeitura será normal nesta sexta.
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