ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Pirajuçara, em Taboão da Serra
Em forma de musical, a 16ª Paixão de Cristo no Pirajuçara, em Taboão da Serra, teve o ato da ressurreição na noite deste domingo de Páscoa (16) – “ao terceiro dia”, conforme o evangelho – e levou o público a cantar e dançar em explosão de alegria pelo acontecimento central da fé dos cristãos. Na sexta-feira (14), cerca de 100 atores, amadores, membros da paróquia da região (São João Batista), encenaram o sofrimento e morte de Jesus e emocionaram o público.
O desfecho da 16ª Paixão se desenrolou na rua ao lado do Poupatempo após missa campal e reuniu cerca de 500 fiéis. Os espectadores assistiram a cenas como o pedido de Caifás para Pilatos mandar guardar o túmulo de Jesus, o anjo dizer a Maria Madalena (vivida por Noriane Nascimento) e companheiras que Cristo ressuscitara, o pranto de Madalena na busca dolorosa por Jesus, que reaparece e tem diálogo com a discípula, parte que teve destaque e foi marcante.
A encenação retratou ainda os discípulos de Emaús desalentados até reconhecerem Cristo no gesto familiar da partilha do pão, Jesus na presença dos apóstolos e de Maria, o mestre diante do incrédulo Tomé (papel de Carlos Jerônimo), que recebe o afeto do Senhor, outra cena com música mais longa e emocionante. Após ensinar os apóstolos a pescar, Cristo encoraja o hesitante Pedro (Matheus Soares) a “apascentar minhas ovelhas” (guiar a Igreja), em dueto também tocante.
Depois, Cristo ganhou forma “resplandecente” ao som de música exultante e dança coreografa do elenco que contagiou o público a exclamar que “Jesus ressuscitou”, em uma hora de encenação. “Na sexta-feira, [a encenação] trazia toda aquela agonia de Jesus, tudo o que ele fez por nós, e passar o sentimento de que também foi por mim que ele morreu. Hoje não, celebramos que, por nós, ele venceu a morte”, disse Ricardo Santos, o Cristo, ao falar sobre a ressurreição.
Cantor litúrgico, Ricardo disse que viver Jesus foi desafiante, mesmo um musical. “Nunca tinha participado, embora eu cante nas missas, é diferente, e a Paixão de Cristo tem 16 anos, tem tradição. O medo era muito grande por querer representar com dignidade. Mas fomos nos unindo, 12 encontros de ensaio em três meses, fomos ganhando confiança para representar o maior homem da humanidade. Estou muito feliz, só tenho a agradecer por me convidarem”, disse.
A diretora-geral Claudilene Santos disse se sentir com a “missão cumprida” com a realização da Paixão neste ano. “Feliz da vida, pelo que eu ouvi agora [após a encenação] é sinal de que passamos a mensagem do evangelho. Ouvi do povo que foi a melhor de todos os tempos, que se emocionou na sexta e hoje [domingo]. Ouvir isso é o melhor pagamento. Se conseguimos passar a mensagem do evangelho e todo mundo está feliz, estamos muito mais felizes”, salientou.
Após cumprir a promessa de “inovar” na Paixão neste ano, a direção ainda não tem “nada em mente” para 2018, mas não descarta repetir o mesmo formato. “A gente quer sempre mais. Foi um belo aprendizado e desafio muito grande para a gente, foi a primeira vez que foi feito o musical. A vontade é continuar, como foi aceito pela assembleia [público]. O futuro a Deus pertence, mas acredito que é possível continuar com o musical”, disse a diretora de elenco Josy Matos.
FICHA TÉCNICA
16ª Paixão de Cristo no Pirajuçara
Direção-geral: Claudilene Santos
Direção de elenco: Josy Matos
Direção de Sonoplastia: Marcelo Nunes
Cenário: Osmar Bertoleza, Ricardo Telles, Sérgio Rodrigues, Eduardo Correa
Figurino: Thais Frois, Simone Aparecida, Alessandra, Suellen Rocha
Adereço: Cícera Lima, Luana Dias, Adriana Santos
Elenco (parte): Jesus (Ricardo Santos), Maria (Catia Costa), Pedro (Matheus Soares), João (Beto Souza), Judas (Lindomar Elias), Maria Madalena (Noriane Nascimento), Pilatos (Júnior Santos), Herodes (Eduardo Bueno), Caifás (Gledson Rodrigues), Diabo (Gislaine do Espírito Santo), Centurião (Gabriel Prattes), Nicodemus (Diego Barbosa)
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