Após apontar ‘descaso’ do governo Ney, vereador aprova ‘auxílio-funeral’ em Embu

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Após apontar “descaso” do governo Ney Santos (PRB) em não amparar a família no sepultamento de uma funcionária pública de Embu das Artes, um vereador da base aliada do prefeito aprovou na sessão na quarta-feira (8) o “auxílio-funeral”. Por não poder lançar proposta geradora de despesas para o município, Danilo Daniboy (DEM) apresentou um projeto “autorizativo”, que depende de vontade política do chefe do Executivo para se tornar lei e virar realidade.

Vereador Daniboy (DEM) (dir.) ao justificar projeto de criação de “auxílio-funeral” com recursos do Embuprev

De tribuna, Daniboy relatou na sessão no dia 22 de fevereiro que Patrícia Moraes, com mais de 10 anos de serviço prestado a Embu, veio a óbito e precisava ter um caixão que, pelo tamanho e peso do corpo, não fosse o tipo popular, “que é uma vergonha não só em Embu, mas em todos os lugares”, disse. Com a necessidade de outra urna, os parentes tiveram de se submeter a pagar um valor acima das condições da família, sem nenhum amparo do poder público.

“Essa pessoa ficou incapaz de ser velada [em um caixão não apropriado]. Essa funcionária pública teve despesa de R$ 2 mil, o que chegou ao conhecimento do nosso governo. O nosso governo não teve coragem, não teve o mínimo de respeito por uma funcionária que dedicou 11 anos de sua vida para prestar serviço para a nossa cidade. Isso vai além de política, vai além de voto, é questão de humanidade. É inaceitável”, afirmou Daniboy, que se disse “indignado”.

Além de lembrar que a servidora contribuía com o fundo de previdência municipal Embuprev, Daniboy questionou se a prefeitura ia ficar “mais pobre”. “Não tenho dúvida que a resposta é não. Esse [valor de] R$ 2 mil fez a família ficar constrangida e ter que ficar catando migalhas, fazendo ‘vaquinha’, se humilhando para dar uma forma digna para a pessoa ser velada”, disse o vereador, que falou não reclamar sem antes ter procurado os órgãos da prefeitura.

“[O auxílio] Foi barrado no jurídico com uma lei que foi má vontade política. Conversei com a atual presidente do Fundo Social e falei o sentimento da família. E [depois] o representante do prefeito falou que ia ser atendida. Fez nós de besta. Isso não pode acontecer! Nossa cidade não pode ter esse descaso. Este é o meu recado para o prefeito: se eu ver politicagem no Fundo Social [em prejuízo] de pessoas que realmente precisam, eu vou para cima”, disse Daniboy.

Ele disse na ocasião que o débito da família da servidora ainda estava “em aberto” e foi enfático ainda em relação à equipe de Ney, ao mirar os auxiliares que viram a situação com “descaso”. “Se essas pessoas – isso serve para todos os secretários – acham que esses vereadores aqui vão ser omissos com o que tem acontecido, estão enganadas. Deixo aqui minha revolta e o sentimento à família da Patrícia”, disse o vereador, que adiantou que apresentaria o projeto.

Daniboy disse que a servidora falecida motivou o projeto. “O auxílio-funeral é para todos os funcionários públicos [municipais], incluindo os desta Casa [Câmara], mais de 4 mil funcionários. Depois de o funcionário público doar sua vida e tempo à cidade, é o mínimo que ela poderia dar a essas pessoas, independente de morarem em Embu. Peço que [o governo] olhem com carinho. E é uma homenagem a Patrícia”, justificou na sessão em que o projeto foi aprovado.

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