ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O presidente da Câmara de Embu das Artes, Hugo Prado (PSB), acusou o PT de tentar um “terceiro turno” da eleição municipal ao apontar que o partido entrou com ação na Justiça para tentar suspender a posse do vice-prefeito eleito Dr. Peter (PMDB), na sessão na quarta-feira (8). No dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) tornou público habeas corpus que concedeu ao prefeito eleito Ney Santos (PRB), Hugo, aliado de Ney, fez discurso inflamado contra petistas.
Hugo respondeu ao vereador petista Doda Pinheiro, que tinha dito que respeitava, assim como a direção do PT, a vitória de Ney nas urnas e a liminar do STF. “Eu, vereador Doda Pinheiro, e o meu partido, o PT, respeitamos o resultado da eleição e a decisão da Judiciário, e desejo um bom governo. Se projetos de interesse da população vierem para esta Casa, terão meu apoio. Se não forem em benefício da população, terão minha crítica muito ferrenha”, disse Doda.
Com Ney não mais sob risco de prisão, Hugo deixou de lado a fala ponderada e reagiu. “Vereador Doda, eu acredito plenamente em que você, de fato, respeita o resultado das urnas, mas tenho certeza que o Partido dos Trabalhadores não respeita, até porque todos aqui sabemos das movimentações e articulações que o partido fez nos últimos meses, tentando o terceiro turno da eleição. Aqui na nossa cidade, vereador, vamos respeitar, sim, o voto popular”, disse.
Hugo frisou a eleição de Ney com 79,45% dos votos válidos – porém, os que votaram representaram apenas 38% dos eleitores de Embu. “Eu tenho certeza que os 80% de eleitores que saíram de suas casas naquele domingo para eleger Ney Santos deram um basta ao PT, aos 16 anos de desgoverno desta cidade”, disse. Apesar do discurso, Hugo fez parte do governo, foi assessor direto do prefeito Chico Brito (então PT) na gestão passada e ficou no cargo até sair candidato.
Ele se referiu ao ato de PT, de outros partidos da coligação de Geraldo Cruz e ainda do PSD do prefeiturável Dr. Pedro Valdir de pedir ao Ministério Público a abertura de inquérito civil-público alegando que, com Ney não empossado, à época, o vice Dr. Peter também não poderia assumir. “Ocorre que a chapa eleita é indivisível, ou seja, não é possível segundo ordenamento jurídico vigente que o vice seja empossado, sem a posse do prefeito”, dizia a representação.
“[Vereador Doda] Volto a falar que confio na sua palavra, mas não quando se fala no PT, sabemos o quanto essas pessoas torceram pelo nosso mal. Quando falo que eles do Partido dos Trabalhadores estavam incitando, o PPS e o PC do B, que compuseram a aliança com o Partido dos Trabalhadores, entraram com representação na Justiça, tentando impedir a posse do nosso vice-prefeito Dr. Peter. Eles não tiveram coragem de vir de frente bater conosco”, falou Hugo.
O presidente desafiou ainda o PT e demais siglas da oposição. “Para eles, eu deixo um recado: [nas] eleições 2020, vocês vão nos enfrentar nas ruas, é o povo dará a maior resposta”, afirmou. Ele aproveitou para responder a ataques, por ser aliado do prefeito denunciado por elo com o crime organizado, ao se dirigir à mãe, presente à sessão. “O seu filho não é ‘laranja’ de ninguém, não é bandido, quadrilheiro. O seu filho é um homem que honra seu nome”, disse.
OUTRO LADO
Procurado pelo VERBO sobre a ação, o presidente do PT de Embu, João Leite, evocou o pedido do MP para que Dr. Peter não fosse empossado porque parte da chapa teria sido financiada pelo crime. “Não é só o PT que discorda da posse do Dr. Peter, e do prefeito, que também assumiu. Quem falou que é irregular foi o próprio Ministério Público, o que questionamos é óbvio. Faço política séria, não vale a pena responder ao presidente [sobre críticas ao PT]”, disse.
> Colaborou Rômulo Ferreira, da reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
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