RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Depois de 60 dias foragido, Ney Santos (PRB) foi à Câmara Municipal e tomou posse como prefeito eleito de Embu das Artes, na manhã desta quinta-feira (9), na sala da presidência do Legislativo. Ele teve habeas corpus contra mandado de prisão de que era alvo deferido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, em decisão proferida na terça-feira (7) e publicada nesta quarta. Outros 13 denunciados também tiveram a prisão suspensa.
Ney assinou o termo de posse na presença do presidente da Câmara, Hugo Prado (PSB), Carlinhos do Embu (PSC), Edvânio Mendes (PT) e Danilo Daniboy (DEM), membros da mesa-diretora do Legislativo, sem alarde. Depois, ele se dirigiu à prefeitura para assumir o cargo. Ney obteve liminar para não ser preso, mas ainda responde por tráfico de drogas, associação à facção criminosa PCC e lavagem de dinheiro, denunciado pelo Ministério Público de São Paulo.
Empossado, Ney terá foro privilegiado e será julgado pelo Tribunal de Justiça, e não pela Justiça de Embu. Em entrevista ao “SPTV 2ª edição”, da TV Globo, na noite desta quinta (9), ele voltou a afirmar ser vítima de perseguição. “Nós vamos provar isso no decorrer do processo. Não estou dizendo que sou santo, mas afirmo com todas as palavras que nunca tive envolvimento com organização criminosa e nunca tive envolvimento nenhum com o tráfico de drogas”, disse.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Ney tem envolvimento com o crime organizado, e não é de hoje, conforme a reportagem. Os promotores dizem que ele tem ligação com uma facção criminosa e era o responsável pela venda de drogas em parte considerável da região oeste do Estado. Foragido desde 9 de dezembro, quando o Gaeco (grupo de combate ao crime organizado) deflagou a operação, Ney disse ter ficado escondido em Taboão da Serra.
“Eu sempre me senti injustiçado aqui no Embu. A minha ideia era tomar posse quando o processo estivesse lá no Tribunal de Justiça. Não estou dizendo, pelo amor de Deus, que o juiz daqui não é competente, mas [no TJ] são juízes que não está [sic] contaminado com a situação local”, disse Ney. O âncora do telejornal ressalta que a decisão que suspendeu a prisão de Ney é liminar, portanto, provisória. A decisão final caberá a uma turma de juízes do STF.
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