ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Na primeira sessão ordinária da Câmara neste ano, na quarta-feira (1°), vereadores de Embu das Artes demonstraram disposição de cumprir à risca uma das funções do cargo, a de fiscalizar o Poder Executivo, e cravaram de críticas secretários municipais na “estreia” na Casa. Curiosamente, os parlamentares que foram mais contundentes são da base de apoio ao prefeito eleito Ney Santos (PRB) e ao vice Dr. Peter (PMDB), que assumiu a prefeitura – Ney está foragido.
Governista, o vereador Bobilel Castilho (PSC) foi o mais enfático contra os auxiliares diretos do então prefeito interino Hugo Prado (PSB) e de Dr. Peter. “A prefeitura está engessada, não sabia o quanto era difícil ser vereador e hoje estou sentindo na pele. A gente vai conversar com um secretário, ele quer falar para nós das dificuldades, isso acaba até me irritando. O povo já está cansado de desculpa, o que a gente quer é solução”, discursou o eleito em primeiro mandato.
Ricardo Almeida (PRB), do partido de Ney, disse que os titulares das pastas são privilegiados. “Se soubesse, em vez de vereador, eu saía como secretário. O pessoal fala que estamos todos dentro de um barco, mas se hoje afundar os vereadores morrem todos afogados, e os secretários vão estar de colete salva-vidas. A gente vai pedir desentupimento de fossa – é obrigação do vereador cobrar -, é obrigação do secretário atender”, disse o também estreante na Câmara.
O vereador Edvânio Mendes (PT) deu um voto de confiança. “Eu quero acreditar que esses secretários não estão acima de vereador nenhum, vereador está um passo à frente de qualquer secretário, seja a pasta que for”, disse. Jefferson do Caminhão (PSDB) disse que Hugo na prefeitura “fez um ótimo trabalho, não fechou porta de secretário para vereador nenhum, ao contrário”. “O Peter vai ter a mesma dinâmica”, disse o vereador, que foi nomeado secretário de Turismo.
Ao contrário dos alvos das críticas, a ex-vereadora Rosana do Arthur, hoje secretária de Cultura, presente à sessão, foi lembrada como exemplo a ser seguido, com recado aos maus secretários. “Rosana, fui muito bem recebida na sua secretária. E secretário que já foi vereador tem que receber o vereador bem, senão apanha”, disse a vereadora Dra. Bete (PTB), em tom de brincadeira, mas com conhecimento de causa ao estar no terceiro mandato no Legislativo.
Rosângela Santos alertou para discriminação por ser do PT. “Alguns secretários estão olhando a questão do partido, e não é dessa forma que tem que se trabalhar. Secretário tem que trabalhar por nossa cidade, como o vereador tem que fiscalizar. Quando eu peço a limpeza de um local, não é para mim, e quando ele não atende, não prejudica a mim, mas a população. Peço que os secretários olhem os meus pedidos como os dos demais vereadores, com atenção”, falou.
Bobilel foi ainda mais incisivo do que a vereadora de oposição ao voltar a falar, com ênfase para a pasta “problemática”. “Os pontos de ônibus hoje cobrem o joelho, de tanto mato”, disse ao se referir, sem citar nome, à tarefa da pasta de Serviços Urbanos, chefiada por Léo Novaes. “Quando vamos a uma secretaria, não vamos pedir nada para si, mas para o povo. O povo não consegue chegar aos secretários, então eles têm que ouvir e atender os vereadores”, advertiu.
Além do “puxão de orelha” no secretariado, os vereadores debateram sobre a polêmica alta da tarifa do transporte de Embu – reajustada em 18,8% -, a terceirização do serviço dos cemitérios da cidade, que teve aumento gritante dos preços praticados, muito criticado pelos parlamentares, o descarte irregular no aterro no Jardim Santo Antônio, o governo interino de Hugo na prefeitura e a falta de quórum na primeira sessão de posse dos eleitos do Executivo.
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Bom dia !
Só uma observação, secretaria sem acento é o local e secretária com acento a pessoa.
Fica confuso o texto.
att
Verdade, Jessica. Erramos na digitação, mas muito obrigado pela correção. Os leitores do VERBO são sempre muito críticos e atentos, o que prezamos muito. Saudações. Ana Paula Timóteo, repórter e membro do Conselho Editorial.