Foragido, Ney ‘dá’ cheque para reformar maternidade de Embu já reinaugurada

Especial para o VERBO ONLINE

Ney com cheque em 2015; em revista, disfarça após pressão - 'esconde' hospital leito e diz que verba é para PS

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O presidente da Câmara de Embu das Artes e prefeito eleito, Ney Santos (PRB), publicou em rede social que “devolveu” o valor da “economia” feita à frente do Legislativo para a “reforma” da maternidade municipal, mas a unidade já sofreu a obra e até já foi reinaugurada. Apesar de explorar o “feito”, Ney continua foragido, com mandado de prisão por acusações de tráfico de drogas e associação a facção criminosa – não pôde assinar o cheque “gigante” apresentado.

Vereadores da mesa diretora entregam cheque na maternidade, menos Ney, foragido; vereador cita ‘reforma’

“O presidente da Câmara, Ney Santos economizou os recursos em sua gestão na Câmara Municipal de Embu das Artes pelo segundo ano consecutivo e devolverá ao Executivo quase meio milhão de reais, […] dessa vez o dinheiro será destinado para Maternidade Municipal Alice Campos Machado visando melhorias na área da saúde do município”, diz página de Ney no Facebook. Uma imagem cita que a quantia de R$ 458,4 mil vai para a “reforma da maternidade”.

A publicação traz declaração atribuída ao diretor Egídio Malagoli, de que o recurso será bem vindo para “ampliação e estruturação de novos equipamentos”. “Vem em excelente hora porque dependemos de determinados equipamentos”, diz, segundo a postagem. Na reinauguração na semana passada, porém, Malagoli disse: “A parte de equipamentos, material cirúrgico, foi tudo reformulado. A maternidade não tinha tanta coisa para fazer, era mais uma readequação”.

A “devolução” de verba da Câmara com destinação específica é considerada na gestão pública “exploração política” ou “politicagem”, já que os vereadores não podem direcionar o recurso para nenhum setor ou serviço da administração – a não ser como emenda de lei, o que não é o caso. “Na verdade, o dinheiro vai para o cofre comum da prefeitura para ser usado em toda a gestão. O prefeito que é o ordenador de despesa. É fanfarrice o ato”, disse uma liderança política.

A postagem, assinada pelo marketing de Ney, destaca que “em 2015 o valor economizado foi de mais de 120 mil reais e foi destino [sic] à reforma do hospital leito”, o que gerou polêmica maior. Ney alardeou a devolução de exatos R$ 123 mil para unidade que levou à desativação do Pronto-Socorro Vazame – até posou sozinho, sorridente, com reprodução de cheque gigante com o nome do equipamento, cena que não pôde protagonizar neste ano, procurado pela polícia.

À época, Ney pediu ao prefeito Chico Brito que o valor fosse destinado ao hospital leito, justificando que a saúde é a maior demanda de Embu, mas sem fazer nenhum questionamento à desativação do PS Vazame. Mas, pressionado pela população, ele passou a dizer ser contrário à medida, diante do movimento pela reabertura já do PS, que afirmava não ser contra a criação do hospital leito, mas a favor da abertura de terceiro pronto-socorro, conforme Chico prometeu.

Diante do desgaste político percebido só depois de indicar o equipamento instalado no lugar do PS para “destinação” do recurso devolvido, Ney tentou disfarçar a posição. Em revista de prestação de contas que mandou fazer no início deste ano, ele aparece em foto com o cheque no rodapé da página e com tarja escondendo “Hospital Leito do Vazame”, e no alto da página texto que diz “123 mil reais para serem utilizados na ampliação do Pronto Socorro do Vazame”.

Ney com cheque em 2015; em revista, disfarça após pressão - 'esconde' hospital leito e diz que verba é para PS
Ney com cheque em 2015; em revista, disfarça após pressão – ‘esconde’ hospital leito e diz que verba é para PS

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