ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Fiéis, familiares, amigos e pessoas anônimas ajudadas ou confortadas pela atuação de dom Paulo Evaristo Arns – população de São Paulo e de outras partes do país e do mundo – dão o último adeus ao cardeal nesta sexta-feira (16), em missa de corpo presente na Catedral da Sé, às 15h, celebrada pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, entre dezenas de bispos e padres. Dom Paulo morreu na quarta-feira, de falência múltipla de órgãos, aos 95 anos.
Após a missa, dom Paulo será sepultado na própria catedral, na cripta (subsolo da igreja), ao final de velório que durou quase 48 horas, iniciado às 20h da quarta, com missas a cada duas horas. A morte do “cardeal dos direitos humanos”, símbolo do enfrentamento às arbitrariedades da ditadura militar (1964-85) e da defesa dos pobres contra as injustiças sociais, motivou inúmeras homenagens. A Câmara de Embu das Artes fez um moção de pesar em sessão na quarta.
Autor da moção, o vereador Doda Pinheiro (PT) chegou a ler nota de dom Odilo pela morte de dom Paulo, que como arcebispo de São Paulo foi, até 1989, o líder espiritual dos católicos da região. “Eu, sinceramente, fiquei muito consternado, triste, pela partida do nosso querido dom Paulo, irmão da saudosa Zilda Arns. Foi um dos homens que mais lutou pelos direitos humanos e pelas causas sociais no Estado de São Paulo, dando exemplo para o mundo”, disse.
O vereador João Leite (PT) lembrou do apoio incondicional de dom Paulo à classe trabalhadora – o cardeal apoiava a militância do operário Santo Dias, assassinado pela polícia em 1979. “O Brasil hoje perde um grande líder religioso, um grande homem. Eu, que fazia parte do movimento sindical, sei quantas vezes fui abrigado na Igreja da Sé. Dom Evaristo enfrentou os militares, foi defensor da democracia, defensor dos movimentos sociais e dos trabalhadores”, disse.
O vereador Edvânio Mendes (PT) lembrou de dom Paulo como idealizador das comunidades eclesiais de base (CEBs) e na denúncia do assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura, em 1975. “Dom Paulo não se convenceu da teoria de suicídio. Na missa [por Herzog], foi direto: ‘Quem matar não será apenas maldito na memória dos homens, mas também no julgamento de Deus’. Se estamos aqui hoje, devemos a dom Paulo, que lutou pela democracia”, disse.
MISSA EXEQUIAL (CORPO PRESENTE) DE DOM PAULO EVARISTO ARNS
Nesta sexta-feira (16), 15h
Transmissão ao vivo – Rede Vida, Canção Nova, TV Ultrafarma, Rádio 9 de Julho, Rádio Capital, Rede Evangelizar, Portal da Arquidiocese de São Paulo (arquisp.org.br/aovivo)