Ney Santos é eleito prefeito e acaba hegemonia de 16 anos do PT em Embu

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O vereador Ney Santos (PRB), presidente da Câmara, foi eleito no domingo (2) prefeito de Embu das Artes com 79,45% ou 64.828 votos do total de 81.593 válidos – não validados, os 35.697 votos de Geraldo Cruz (PT), com candidatura indeferida, não foram computados. Dr. Pedro Valdir (PSD) teve 9,45% (7.707 votos), Juninho (PSOL), 7,12% (5.807 votos), Dr. Almir (PEN), 2,43% (1.982 votos), Nivaldo Orlandi (PDT), 1,26% (1.030 votos) e Toninho Serapião, 0,29% (239 votos).

Caso a votação de Geraldo fosse computada, Ney teria 55,3% e o petista, 30,4% dos votos válidos. Geraldo teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral em Embu por ter sido condenado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), instância inicial para deputado, por uso indevido de meio de comunicação, e não ter tido julgado antes da eleição a causa (mérito) do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em definitivo, ou o recurso provisório no TRE.

Ney Santos (PRB), eleito prefeito de Embu das Artes, participa de inauguração no Valo Verde
Ney (PRB), eleito prefeito de Embu com 79,45% dos votos válidos, participa de inauguração no Valo Verde

Com a vitória nas urnas, Ney encerra hegemonia de 16 anos do PT em Embu, iniciada com a eleição do próprio Geraldo – adversário no pleito neste ano -, que foi prefeito por dois mandatos seguidos (reeleito), de 2001 a 2008, e depois continuada de 2009 até agora com o prefeito Chico Brito, que era do PT. Chico deixou o partido em abril deste ano, a apenas seis meses das eleições, para anunciar apoio a Ney, ao alegar que os aliados do governo apoiavam o candidato.

Eleito vereador em 2012 na oposição ao PT, Ney desistiu de confrontar o governo Chico no fim de 2013 para frear o processo de compra de votos na eleição à Câmara movido pelo grupo político do prefeito – ao qual ainda responde – e ter benesses do governo e viabilizar o projeto de ser prefeito. Ele passou a apoiar a gestão, mas sem deixar de fazer ataques ao PT por denúncias de corrupção no plano federal, apesar de ser o partido de Chico, que fazia vistas grossas.

Ney solidificou ainda o “projeto” com negociação com “n” caciques políticos que culminou na coligação de 14 partidos. Teve o caminho pavimentado depois de acordo com Chico, que em guerra política com o ex-aliado deputado estadual Geraldo Cruz (PT) se uniu a Ney e orientou novas lideranças, inclusive com loteamento de cargos, para encorpar o projeto do vereador. Mentor, Chico “direcionou” os vereadores da base a votar em Ney para presidente da Câmara.

Em nome do alinhamento a Chico, Ney passou a se “perder” e agir contra os anseios da população. Ele mostrou um cheque gigante com valor de “doação” da Câmara à prefeitura para o Hospital Leito, em anuência com a desativação do Pronto-Socorro Vazame. Com a repercussão negativa, Ney publicou em revista de pré-campanha a foto do cheque no rodapé e com tarja sobre “Hospital Leito” e a citação da cifra agora “para ampliação do Pronto-Socorro Vazame”.

Também no fechamento da maternidade para reforma, Ney disse ser a favor, só 15 dias após a medida ser anunciada, apesar da decisão polêmica do governo. Depois, publicou um vídeo para mostrar a deterioração do prédio com ar de espanto como um cidadão comum, e não como vereador que deveria ter fiscalizado para evitar chegar a tal estado – para quem diz que o pai morreu no PS Vazame por falta de atendimento adequado e ia ter como bandeira a saúde.

Em campanha, Ney prometeu reabrir o PS Vazame e a maternidade – cuja reforma não seria entregue por Chico, que rebate e anuncia para novembro. Após publicar no site da Justiça Eleitoral plano de governo copiado de um candidato na Paraíba, o agora prefeito eleito fez um pacote de promessas que gera dúvidas se será realizável, no que cidadãos desconfiados já avisaram que irão cobrar – se não for afastado ainda por compra de votos em julgamento no TSE.

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