Após ato em Embu, oficial da PM expressa repulsa a Ney pela ‘fama do cidadão’

Especial para o VERBO ONLINE

Da Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Um coronel da Polícia Militar expressou repulsa ao vereador e candidato a prefeito de Embu das Artes Ney Santos (PRB) pela “fama do cidadão” e reclamou de terem colocado a pessoa para sentar ao seu lado em ato neste ano na cidade. Policiais têm um “conceito” de Ney – que foi presidiário e é acusado de ligação com uma facção criminosa – conhecido, mas é a primeira vez, pelo menos na região, que um oficial da PM se refere abertamente à vida pregressa de Ney.

Na inauguração do Fórum de Embu, cel. Ernesto Puglia (centro) tem sentado ao lado o vereador Ney Santos

O coronel PM Ernesto Puglia usou uma rede social, em um grupo privado com PMs, guardas municipais e amigos, para relato do episódio, ao qual o VERBO teve acesso, após participar da inauguração do novo Fórum de Embu, no dia 11 de fevereiro. O evento reuniu o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Paulo Dimas Mascaretti, o deputado estadual Geraldo Cruz (PT), e o prefeito Chico Brito (sem partido). Ney não ocupou a mesa de autoridades.

O oficial se manifestou no dia seguinte ao do evento e para os colegas de farda, em postagem que incluiu uma imagem em que o vereador está sentado na cadeira do lado. “Prezados Policiais Militares, boa tarde! A foto abaixo tem sido replicada nas mídias sociais. Ela foi tirada ontem, 11Fev, na inauguração do Fórum de Embu das Artes, ocasião em que estiverem [estiveram] presentes o Presidente do TJ, o Prefeito de Embu das Artes e várias autoridades locais”, inicia.

“Ao meu lado está o Vereador Ney Santos, que é Presidente da Câmara, eleito com 8.026 votos – o mais votado do Município. Já sabíamos da fama do cidadão, tanto que, em conjunto com o Cel. [coronel] Sérgio, evitamos que o Presidente do TJ fosse fotografado ao seu lado. Infelizmente, o cerimonial do TJ, por não ter a mesma informação que a PM, não teve o mesmo cuidado com os oficiais [militares] como tivemos com o seu Presidente”, continua o coronel.

Em texto articulado, o PM Puglia lamenta o fato. “A repercussão é incontrolável, porém peço que, aqueles que assim entenderem interessante, divulguem essa explicação nos grupos que receberam. Não vou nem me dignar a esclarecer qualquer ligação minha com esse cidadão, pois aos que me conhecem seria totalmente desnecessário! Grato”, finaliza o oficial. A mensagem teve repercussão imediata entre policiais e guardas e se espalhou entre grupos políticos na cidade.

“Alguém pode explicar o que o torre do PCC está fazendo na reunião de oficiais [ – ] Ney Santos vulgo gordo ao lado do coronel”, diz uma mulher no grupo no Facebook “Colegas de Trabalho (PM – SP). Em 1º de setembro de 2003, Ney e comparsas armados de revólveres e submetralhadora roubaram em Marília (SP) dois veículos do banco ABN AMRO Real que transportavam malotes com cheques e dinheiro, registra a PM. Detido em flagrante, Ney ficou preso até 2006.

OUTRO LADO
O cerimonial do TJ-SP informou que acomodou as autoridades com base em decreto federal. “Eram cinco os lugares na mesa principal e pela ordem de precedência trazida pela referida norma o Presidente da Câmara ocuparia o 3º lugar, após o Presidente do Tribunal e o Prefeito. Ocorre que ele chegou alguns minutos após o início do evento, já com a mesa composta, e o acomodamos no único lugar ainda disponível, na 1ª fileira”, disse o coordenador Merks Germano.

O VERBO também procurou o coronel Sérgio Moretti, chefe da Assessoria Policial Militar do TJ-SP, citado pelo colega de corporação, mas ele não respondeu. O coronel Puglia foi procurado mais de uma vez, mas preferiu não comentar. À época, ele era comandante do Policiamento de Área Metropolitana 8/Osasco (responsável por batalhões da região). Hoje, ele chefia o Departamento de Direitos Humanos da PM. Também procurado, Ney Santos não se pronunciou.

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