ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Apesar de ter o registro indeferido pela Justiça Eleitoral no dia anterior, o candidato a prefeito de Taboão da Serra Evilásio Farias (PSB), com possibilidade de recurso, fez campanha no sábado (10) no bairro Cidade de Deus, região do Record, e disse que a situação da cidade é semelhante à de antes de governar Taboão pela primeira vez, a partir de 2005, visto que “são tantas as necessidades”, em crítica ao prefeito e candidato à reeleição Fernando Fernandes (PSDB).
Ao lado do candidato a vice-prefeito Ronaldo Dias (PSB), a quem teve como secretário no segundo governo, Evilásio conversou com moradores e pequenos comerciantes, entrou em casas e estabelecimentos, e disse ter assumido amplo compromisso com a população. “Por incrível que pareça, é resgatar o que o povo tinha, saúde e educação de qualidade, oportunidades de cultura, esporte e profissionalização para o jovem. Resgatar a qualidade do serviço público”, disse.
Evilásio disse que a prioridade, se eleito de novo prefeito, será recuperar a saúde, mas que o local visitado, que surgiu como uma ocupação irregular e ainda tem infraestrutura urbana precária, requer intervenção das mais básicas. “A questão da conservação, é um desastre isso aqui, você anda neste bairro, parece uma lixeira, em cada esquina [tem] um monte de lixo, entulho, bueiro tudo entupido, ou seja, o que falta aqui é a mão do gestor público”, disse.
Ele disse que o atual quadro de Taboão não permite bandeira eleitoral única. “São tantas as necessidades, é como no meu primeiro governo, eu peguei a cidade com metade de rede de esgoto, hoje tem 100%; com centenas de ruas de terra – mais de 500 -, hoje está toda pavimentada; [coloquei] água, esgoto, luz e alfalto em quase 100% da cidade, no Brasil não tem uma dúzia de cidades assim. Canalizamos todos os rios, seguramos as mais graves encostas”, disse.
“Agora é cuidar dos serviços públicos, saúde, educação, segurança, dar oportunidade para as pessoas. Na minha época a gente colocava 10 mil pessoas por ano em emprego, mas criava condições para ter a ocupação, trazíamos os cursos do Senai, Sebrae, Senac, Escola de Gastronomia, outros cursos. Isso valoriza as pessoas, facilita o acesso ao emprego, e quando a pessoa tem alguma qualificação, também o salário é melhor. Isso não existe mais”, afirmou o candidato.
Evilásio dizia a eleitores no bairro que quando prefeito “saúde e educação foram a melhor do Brasil – pense nisso” e que “dinheiro público é para o povo, não é para os parentes do prefeito”, em farpas em Fernando, que tem filho e concunhado secretários. Uma eleitora disse a Evilásio para “ajudar os pobres”. “É para isso que quero o seu voto”, disse. Uma cabo eleitoral contou que as pessoas falaram que “como ele [Evilásio] é humilde”. “Sou de Cabaceiras [PB]”, sorriu.
Evilásio disse que recorrerá da impugnação e não terá um substituto. “A metade das candidaturas no Brasil hoje são impugnadas, essa é a regra, esse é o sistema. Mas já contava com isso, eu também fui impugnado em outras eleições, fui em frente e ganhei. Essa não vai ser diferente”, disse. Ele teve o registro indeferido por ser julgado “ficha-suja” pela condenação em segunda instância pela participação em congressos de vereadores irregulares na década de 1990.
A coligação de Fernando propôs a ação contra Evilásio. “Quem tem medo cuida. O Fernando tem muito medo do enfrentamento nosso no segundo turno, aí é a avaliação do povo de um governo que fez contra um governo que destruiu a cidade”, disse. Esta segunda é último dia para os impugnados serem substituídos por outros candidatos. Do contrário, disputam sub judice, mas se o recurso for negado sendo mantida a impugnação terão os votos anulados.