ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O candidato a prefeito de Embu das Artes Geraldo Cruz abandonou o símbolo do partido, a estrela do PT, e a cor característica da legenda, o vermelho, na propaganda eleitoral para concorrer ao pleito municipal neste ano, daqui exatos 40 dias. Como nunca ocorrera antes, Geraldo, um dos fundadores do PT em Embu, “esqueceu” marcas históricas da sigla após virem à tona casos de corrupção envolvendo o PT e o impeachment da presidente petista Dilma Rousseff.
Na propaganda eleitoral, sozinho ou à frente do candidato a vice Sargento Ruas (PTB), Geraldo aparece sobre um fundo verde degradê com riscos que se concentram no prefeiturável, que veste camisa branca. Em uma produção simples, não “poluída”, o nome de Geraldo está também em verde, enquanto o azul colore o cargo eletivo e o número da sigla pela qual disputa a eleição, o 13, única referência ao PT – a identificação do vice, que é policial militar, está em cinza.
Deputado estadual em segundo mandato (desde 2011) e prefeito duas vezes (2001-08), Geraldo nunca abriu mão dos emblemas do PT. Na propaganda em 2014, em pleito mais recente à Assembleia, usou o verde, mas “estrelado”, além do símbolo do PT e da forma da estrela para grafar o nome, em vermelho. Em 2010, também para deputado, recorreu ao verde como fundo, mas inseriu duas vezes a estrela do PT e indicou o número pelo qual concorria em vermelho.
As duas campanhas não foram para o Executivo, mas para a reeleição para prefeito de Embu, em 2004, Geraldo usou ainda mais explicitamente os símbolos petistas na propaganda eleitoral, uma grande estrela com o número do partido ao fundo, que era vermelho, além de outra estrela ao lado do nome – a imagem do candidato a vice, Roberto Terassi, também tinha a pomba do seu partido, o PSB. O slogan era “Esse é o melhor”. Neste ano, “O melhor precisa voltar!”
Geraldo foi procurado pelo VERBO por meio de e-mail informado pela assessoria, mas não respondeu. Ao final de reunião em abril, ele disse que dirigentes sejam do PT ou de outro partido envolvidos em corrupção “tem que pagar” e que “não vai ter problema nenhum”, “vai ser tranquilo” disputar o pleito a prefeito pelo PT. Aliados de outros partidos pressionaram para que Geraldo saísse do PT e evitasse o desgaste da sigla ao concorrer a prefeito. Ele se recusou.
> Colaborou Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes