ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O ex-vereador e empresário Aprígio (PSD) se lançou candidato a prefeito de Taboão da Serra em convenção neste domingo (31) na escola Neusa Demétrio, no Pirajuçara, em que acusou o prefeito e candidato à reeleição Fernando Fernandes (PSDB) de “atrapalhar” a instalação de novas empresas na cidade e de ter funcionários “fantasmas” no governo. Ele disse que vai construir hospital para idosos e implantar a tarifa do transporte municipal a “custo zero”.
A convenção reuniu cerca de duas mil pessoas, na quadra da escola, sob sol forte. Três horas depois do início, Aprígio discursou e disse que Fernando barra empresas ao perseguir cooperativa que preside. “Quem [do adversário] estiver gravando fala para aquele tal de prefeito que está interrompendo área de 3 mil empregos. Temos prédio comercial, shopping, Hotel Transamérica quer ir para lá. Mas ele não dá o habite-se para as empresas se instalarem”, acusou.
“Toda cidade está dando incentivo para as empresas não saírem da cidade para gerar oportunidade para o trabalhador ter emprego perto de casa, e ele não dá o habite-se. Não consigo entender. Era para Taboão ter muito mais empresas, foram embora exatamente quando este prefeito está prefeito. Eu me lembro da Dynapac, tinha 2.500 funcionários”, disse Aprígio. Mais adiante no discurso, ele prometeu “buscar empresas fora de São Paulo” através de incentivos.
Aprígio disse saber o sacrifício de não se ter emprego na cidade por já ter trabalhado fora quando empregado e voltou a falar sobre a investida do prefeito. “Eu passava três horas dentro do ônibus porque não havia oportunidades aqui. Quando criei a oportunidade para eu mesmo trabalhar e gerar emprego para os outros, hoje me sinto impedido pela prefeitura de gerar empregos na cidade. A prefeitura teria que dar incentivo para as empresas, não atrapalhar”, disse.
Aprígio procurou se distinguir de adversários com a imagem de gerador de emprego em Taboão. “Alguém conhece uma pessoa que diz que já foi empregado em uma empresa do prefeito atual ou de outro ou se alguém aqui foi? Só vivem do imposto que a gente paga e maltratando as empresas que pagam imposto e geram renda na cidade. Para que queremos um povo desse? Queremos pessoas que produzam e venham trazer oportunidades para nós”, afirmou.
Aprígio se defendeu da acusação de desdobro irregular de área da cooperativa e não poupou o presidente da CPI. “Doamos para a prefeitura uma rua pronta a um centavo o metro. São [quase] 7 mil metros de terreno, 69 reais. E o prefeito está incentivando os vereadores a fazer uma CPI. O Eduardo Lopes, que não considero vereador, considero um bandido, veio me extorquir, me pediu um apartamento e mais R$ 2,5 milhões. Como eu não aceitei…”, disse.
Ao falar sobre o tema espinhoso, Aprígio teria sido chamado atenção pela equipe. “Eu poderia até estar falando de propostas, mas tem coisas que vocês não sabem, a gente não tem como segurar”, justificou ao público. Ele questionou adiante o grupo de postulantes a vereador adversários. “De onde ele [prefeito] tira dinheiro para pagar os candidatos? Onde é o setor de cada um, que serviço eles fazem? Está na hora de acabar com esse monte de fantasmas”, disparou.
Aprígio falou depois sobre propostas. “Vamos colocar o Leve-Leite nas escolas. Já estamos analisando o projeto para fazer passagem, circular em Taboão a custo zero. Vamos construir o hospital da terceira idade, para que o idoso doente não seja jogado em qualquer lugar”, afirmou. “Vamos mudar, por que alimentar políticos que só fazem melhorar o salário dos parentes e conhecidos? Estamos preparados para administrar, queremos vida nova para Taboão”, finalizou.
Aprígio não citou que vai reabrir o pronto-socorro no centro, mas a promessa foi assumida através do pré-candidato a vereador Paulo Félix, que criticou Fernando, em convenção no mesmo horário. “Lá no ginásio estão fazendo uma festa milionária, também com os salários milionários que ganham. Disseram que aqui tem meia dúzia de pessoas, mas o que vale é a qualidade. Aqui está o homem que vai reabrir o Pronto-Socorro Akira Tada, implantar o bilhete único”, afirmou.
Vice de Aprígio, o vereador Luiz Lune (PC do B) disse estar do lado de uma pessoa em quem acredita muito, “senão não seria o vice”. “As pessoas às vezes falam: ‘Ah, mas ele é tão simples, não sorri, não abraça’. Mas esses que abraçam, têm o melhor discurso estão roubando a gente lá em Brasília. O governo que está aí fala que investe 30% do orçamento na saúde. Ou estão roubando ou gerem mal, porque saúde não temos. Só queremos a chance de administrar”, declarou.