RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Usuários e trabalhadores da saúde e membros do Conselho Municipal de Saúde de Embu das Artes realizaram manifestação pela melhoria e em defesa do SUS e contra cortes de recursos e outras políticas em prejuízo do setor atribuídas ao governo federal, nesta quarta-feira (6), no centro do município. Cerca de 200 pessoas participaram da passeata, que percorreu a praça central, vias do pronto-socorro e da prefeitura, até de volta ao largo 21 de Abril.
Manifestantes levaram na passeata faixas e cartazes com reivindicações e palavras de ordem contra medidas lançadas ou defendidas pelo governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) e em apoio a ações da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), como “SUS é direito do povo, prioridade sempre no orçamento”, “Não à PEC 143/2015 que retira R$ 80 bilhões da saúde” e “Pela continuidade do Mais Médicos” – Embu recebeu médicas cubanas.
Convocada pelo Conselho Nacional de Saúde, a manifestação foi proposta em Embu pela Coordenação de Saúde Mental na reunião no último dia 28 de junho do Conselho Municipal de Saúde, que decidiu encampar o protesto – como não conseguiriam ir a Brasília, pelo custo do deslocamento, os conselheiros e outros ativistas em Embu decidiram realizar um ato em apoio à “marcha pelo SUS” no próprio município para, nas palavras de um membro, “não passar em branco”.
“A partir do que foi colocado em pauta [na reunião do conselho], decidimos aderir à ideia da manifestação pela atual situação que a saúde está vivendo. Estão previstos cortes drásticos por parte do governo federal, a saúde tende a retroceder”, disse a militante da saúde Sofia Simão. Os manifestantes também se posicionaram contra a polêmica internação compulsória – forçada de dependentes químicos, apontada como “desumana” e de “alta reincidência”.
O conselheiro de saúde Mário Nunes disse que a política pública de saúde tem que avançar para melhorar os serviços e o atendimento à população, e não sofrer retrocesso ou ser negligenciada. “A saúde não é partidária, independente do presidente no cargo, o que está bom tem continuar, o que está ruim tem que ser melhorado, e não acabar. Defendemos a continuidade do programa Mais Médicos, que atende hoje só em Embu mais de 100 mil pessoas”, disse.
A ex-secretária adjunta de Saúde Maria das Graças de Souza participou da marcha e empunhou faixa contra corte de recursos do orçamento federal para a saúde. Entre os pré-candidatos a prefeito, apenas Geraldo Cruz (PT) se pronunciou e disse que defender o sistema público de saúde é lutar pela democracia. “É grave que hoje esteja em andamento uma agenda de diminuição do alcance do SUS que jamais seria aprovada pelo voto da população”, disse o deputado estadual.