Por projeto pessoal, Alcionei abandona ‘melhor candidato’ e anuncia apoiar Ney

Especial para o VERBO ONLINE

Sorridente, Alcionei faz 'selfie' com Geraldo e Léo Novais, em favor de quem retirou nome para ser vice do petista

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O presidente do Democratas de Embu das Artes, Alcionei Miranda, anunciou no sábado (4) que apoia o pré-candidato a prefeito Ney Santos (PRB), menos de três meses após dizer publicamente que Geraldo Cruz (PT) é o melhor candidato, conforme antecipou o VERBO. Em nota em uma rede social, ele procurou creditar a deserção ao partido do petista e apontou que pesou o projeto pessoal de seguir à frente do DEM – com Ney com “problemas jurídicos” e “rejeição”.

Alcionei disse que com a desistência de Nataniel Carvalho Natinha (PTB) seria viável apoiar apenas dois nomes. “De um lado o deputado estadual Geraldo Cruz, uma pessoa com uma história de bom gestor, mas com problemas jurídicos em seu mandato e com a rejeição do PT sobre seus ombros. De outro lado, o vereador presidente da Câmara, Ney Santos, também com problemas jurídicos em seu mandato e rejeição por boatos que envolvem seu nome”, disse.

Alcionei ao lado de Geraldo na reunião em que anunciou apoio ao petista e foi indicado a vice, quando chorou

Ele disse que, com a opção de PTB, Pros, DEM de apoiar Geraldo, fez “diversos pedidos pessoalmente a Geraldo e seus coordenadores Milton e Giannini para que ele mudasse de partido, uma vez que o cenário nacional trazia a ele muita rejeição e poderia impossibilitar uma composição entre DEM e PT. Todavia Geraldo optou em se manter no PT, tendo inclusive optado em defender o partido na esfera nacional, com aparições ao lado de Lula no auge da crise”, disse.

Alcionei lembrou que sempre foi “contrário a diversos posicionamentos” do PT e “jamais” escondeu “constrangimento” em apoiar um nome do partido, mas que assumiu “o ônus em razão da história de Geraldo”. Porém, como o DEM se posicionou contrário à composição com o PT, ele disse que tinha três opções: lançar candidatura própria a prefeito; apoiar outro pré-candidato; renunciar à presidência do DEM e manter apoio a Geraldo “ou sair do cenário político”.

Ele disse que renunciar à presidência do DEM seria uma possibilidade, mas “tal opção seria jogar fora o trabalho de 2 anos. Seria um gesto de covardia e irresponsabilidade com os pré-candidatos que acreditam em minha gestão à frente ao partido”, disse. Anunciou que no sábado “ficou deliberado por unanimidade dos presentes que o Democratas deve manter o grupo unido com todas as pré-candidaturas a vereador e declarar apoio ao candidato a prefeito do PRB”.

Ele disse sair da “base de apoio ao Geraldo deixando amigos” e reafirmou que o ex-prefeito “é uma boa pessoa e foi um bom gestor”, mas, “infelizmente em razão do cenário político que se desenhou, não ‘jogaremos com a mesma camisa vermelha'”, aspecto que relevava antes. Sobre Ney, admitiu ainda “não ter a experiência de gestor público de Geraldo”. Antes de fazer o anúncio, ele comunicou a decisão a Natinha e voltou a chorar, como ao anunciar apoio a Geraldo.

Em março, Alcionei chegou a ser indicado a vice de Geraldo. Reafirmou se opor ao PT, mas, em vez de “constrangido”, cobriu Geraldo de elogios. “Para decidir o que fazer, olhei para o passado, e contra fatos não há argumentos. A história de Embu pode ser dividida em dois períodos. Antes e depois da gestão de um prefeito que governou esta cidade! […] Geraldo Cruz, homem polêmico, ousado e de posturas firmes, transformou nosso município em 8 anos”, declarou.

“Todos sabem do meu posicionamento crítico e contrário à política do PT a nível nacional. Mas minha consciência me diz que entre os pré-candidatos a prefeito que restaram Geraldo é a melhor opção para a cidade por ter experiência, uma vez que, quando saiu da prefeitura, tinha aprovação de mais de 70% da população […] Quero ter minha decisão respeitada e vou trabalhar ainda mais para fazer vereadores pelo Democratas […] e eleger Geraldo prefeito”, afirmou.

Sorridente, Alcionei faz ‘selfie’ com Geraldo e Léo Novais ao dar apoio ao petista, ‘melhor opção’ para Embu

O VERBO noticiou no dia 24 de maio que Alcionei ia apoiar Ney. Conforme apurou a reportagem, a um interlocutor ele disse que “parceria só é válida quando a pessoa ganha e o outro ganha também” e que “não vejo problema nenhum em querer me usar desde que seja no formato de parceria”, em sinalização da mudança de lado. Ele silenciou e não comentou a reportagem, mas, via WhatsApp, censurou o VERBO ao tentar desmentir o apoio ao pré-candidato do PRB.

Alcionei chegou a dizer que o VERBO, com o texto, fez um funcionário dele ser mandado embora de casa, pelo pai não aceitar que o filho, como empregado, apoiasse Ney também, e que ainda o pai da namorada também não aceitou e o fez romper com a filha. Alcionei disse que ia voltar a conversar com a direção e falou para o VERBO torcer para ele apoiar mesmo Ney, senão iria processar o VERBO, que disse que não torcia por nada, apenas apurava e noticiava.

CONFIRA NOTA DE ALCIONEI MIRANDA SOBRE ANÚNCIO DE APOIO A NEY SANTOS

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