ANA CAROLINA RODRIGUES
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE
O secretário de Educação de Embu das Artes, Paulo Vicente dos Reis, recebeu no último dia 25 o título de “Cidadão Embuense” e ao discursar criticou a gestão de Rosimary de Matos. Rose foi secretária nos dois mandatos do prefeito Geraldo Cruz (2001-08) e continuou até o primeiro governo de Chico Brito. Reeleito e em princípio de rusga política com Geraldo, Chico a demitiu em 2012. Paulo Vicente assumiu em outubro de 2013 após breve passagem de Lúcia Couto.
Paulo Vicente disse que antes “muitas questões da educação eram secundarizadas”. “Por três anos consecutivos, na nossa gestão colocamos a entrega do kit escolar no cenário local como uma marca de governo. Antigamente, muitas questões da educação eram secundarizadas. Com o prefeito Chico Brito, estamos priorizando quem tem que estar no centro do processo educacional, nossos estudantes, os profissionais da educação e familiares dos estudantes”, disse.
Mais adiante no discurso, Paulo Vicente voltou à carga sobre a gestão passada ao falar dos feitos à frente da pasta. “Nós implantamos a supervisão regionalizada, temos vários supervisores, porque estamos na rua, nas escolas. Essa é a característica de um governo democrático e participativo. E não dava para reproduzirmos o que a gestão passada – que também tem os seus méritos – vinha fazendo, de a equipe técnica ficar o tempo inteiro na sede [da secretaria]”, disse.
No passo de Chico, que deixou o PT para não apoiar Geraldo como pré-candidato a prefeito, Paulo Vicente – que chegou a trabalhar na administração do PT na prefeitura de São Paulo – manifestou adesão à pré-candidatura de Ney Santos (PRB). A vereadora Rosana do Arthur (PMDB), apoiadora de Ney, também criticou a gestão passada. “Quem não trabalhava naquela secretaria, quando o Paulo Vicente entrou, ele tirou. Com ele só fica quem trabalha”, disse.
Procurada pelo VERBO, a ex-secretária Rose disse respeitar “a opinião do colega”. “Mas fiquei surpresa agora. Quem implementou o kit escolar foi o governo anterior [de Geraldo], e era entregue à população no tempo certo, a gente finalizava corretamente a licitação, tanto que nada foi questionado pelo Tribunal de Contas”, alfinetou. Paulo Vicente distribuiu o kit no início das aulas só neste ano. Em 2015, demorou até três meses depois e irritou pais de alunos.
Rose rebateu a crítica de que fazia supervisão a distância. “Eu discordo, na maioria das vezes eles [técnicos] sequer chegavam à secretaria, já iam direto para as escolas. Tínhamos um sistema de acompanhamento que comprovava a estadia deles nas unidades. E sempre foi o foco estar junto aos estudantes, às famílias, até porque estão dando continuidade, não é um governo novo, é de continuidade, pelo menos esse sempre foi o compromisso”, afirmou.
Rose refutou a fala de Rosana sobre funcionários que não trabalhavam na gestão passada. “Nossa, que incrível. Está mexendo com a minha honra e com meu trabalho. Na Câmara, numa atividade oficial, as pessoas precisam ter muito cuidado com o que falam. Agora vou querer que prove, mas vou fazer isso com muito carinho, respeito, até porque a gente realizou um trabalho muito grande com aquela entidade ligada à vereadora, lá no Ressaca, a Kolping”, disse.
“Que pena que não estava lá, até para ouvir. A crítica é muito positiva para se crescer, mas tem que ter embasamento real. Enfim, preciso respeitar, é o momento dele. [Mas] A gente sabe que a rede tem um carinho muito grande pelo governo anterior, inclusive um sentimento saudosista, é o que tenho escutado muito”, concluiu Rose, que também receberá o título de “Cidadã Embuense”, no próximo dia 25, às 19h, na escola Valdelice Prass, no Parque Pirajuçara.
