ANA CAROLINA RODRIGUES
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O deputado estadual Geraldo Cruz (PT) lançou no último sábado (30) a pré-candidatura a prefeito de Embu das Artes em ato em que chamou a atenção ao criticar a saúde do governo do prefeito Chico Brito (sem partido, ex-PT). Ele disse que o setor exige investimentos cada vez maiores e a meta sempre é aperfeiçoar a gestão, mas apontou deficiências ou falhas primárias que geram grande insatisfação da população e comprometem a credibilidade da administração.
Geraldo disse que o governo municipal tem muito a melhorar na saúde, mas alguns problemas na atenção básica não podem acontecer como a constante falta de medicamentos básicos e contra doenças crônicas, quantidade insuficiente de insumos e materiais para procedimentos de enfermagem, demora no agendamento de consultas de clínica-geral, ginecologia e pediatria, e morosidade na marcação de exames, de acordo com relatos de aliados participantes do ato.
Geraldo tem se queixado da gestão e questiona, por exemplo, como o Pronto-Socorro Vazame foi desativado, embora avalie que Embu necessitava de um hospital leito, em que se tornou a unidade. “A proposta não é ruim, é boa, o que precisava era ser mais debatida. Vou abrir a discussão com a população da necessidade de ter um pronto-socorro lá ou não, vou discutir nas eleições, não tenho dificuldade de debater com ninguém”, disse Geraldo ao VERBO em fevereiro.
O ex-vereador Silvino Bomfim (PTB), morador e liderança do Vazame e contrário à desativação do PS, diz que Chico não discutiu com a comunidade sobre a medida e cometeu um “erro”. “Teve uma reunião aqui [Vazame], mas foi para falar do calçamento. Ele simplesmente anunciou que estava fechando o pronto-socorro, pegou todo mundo de surpresa. Disse que teria o hospital leito. Fechar o PS sem dialogar, sem apresentar outras possibilidades, acho injusto”, disse.
A vereadora Dra. Bete (PTB), pré-candidata a vice de Geraldo, também já fez crítica à saúde. Ela disse em entrevista a uma rádio em fevereiro que um dos desafios é “tentar organizar e melhorar um pouco a área da saúde que a gente sabe está bem complicada”. À época pré-candidata a prefeita, Dra. Bete disse ainda que o então pré-candidato a vice, o médico Peter Calderoni, poderia ocupar a pasta da Saúde. “Se aceitar ser meu secretário, com certeza, ele será”, disse.
Geraldo reclamou sem reservas da saúde após Chico deixar o PT, no dia 7 de abril. Ele disse lamentar a desfiliação do prefeito do partido. “Eu vejo com muita tristeza a saída do Chico. Não sei se foi o melhor momento. Não conversei com ele sobre isso, mas paciência, o Chico quis tomar outro rumo na vida. Desejar boa sorte a ele, que ele termine o governo com a cara que começou, com participação social, projetos sociais, é isso que a gente está pedindo”, disse.
Pré-candidatos a vereador do grupo político gostaram do “choque de realidade” de Geraldo sobre a saúde. Apoiado por PTB, PPS, DEM, Solidariedade e Pros, ele avaliou o lançamento da pré-candidatura como um sucesso, sem deixar de citar a área. “Quando sonhamos juntos é mais fácil de realizar. E o nosso é de uma cidade cada vez melhor. Uma Embu das Artes com uma educação melhor, com mais segurança e uma saúde que funcione”, disse o petista no Facebook.
Segundo a organização, “mais de 5 mil” pessoas participaram da “plenária suprapartidária” – estiveram presentes o deputado federal Valmir Prascidelli (PT), pré-candidatos a vereador e líderes dos partidos. “Detalhe: essa quantidade de gente [compareceu] sem lanche. O [lançamento da pré-candidatura] do concorrente tinha lanchinho”, alfinetou um pré-candidato a vereador. No encontro do vereador Ney Santos (PRB), foi distribuído pão de forma com presunto e queijo.