Câmara de Embu é notificada; Ney Santos é cassado e deixa Legislativo

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A Justiça Eleitoral de Embu das Artes notificou a Câmara Municipal no início da tarde desta quarta-feira (6) para cassar o vereador Ney Santos (PRB), presidente da Casa. Ele perdeu o mandato após o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitar os embargos declaratórios interpostos que apresentou e manter a cassação por compra de votos nas eleições em 2012 – obteve 8.032 votos, mas foi denunciado e processado pelo PT e mais 16 partidos da coligação adversária.

Vereador Ney Santos (PSC), que teve o mandato cassado em decisão unânime do TRE-SP nesta terça-feira
Vereador Ney Santos (PRB), que teve o mandato cassado nesta quarta-feira (6) após TRE-SP rejeitar embargos

Eleito vereador apesar do processo, que só correu após tomar posse na Câmara, Ney inicialmente fez forte oposição ao prefeito Chico Brito (PT), nos dois primeiros anos de vereança. Depois, para impedir a celeridade da iminente cassação e ganhar tempo para poder cumprir o mandato inteiro e crescer politicamente, a ponto de buscar ser candidato a prefeito, Ney passou a apoiar o governo em acordo feito com Chico, que aceitou se aliar para combater o então desafeto Geraldo Cruz (PT).

Antes, Chico lançou o vereador João Leite (PT) a deputado estadual para rivalizar e desbancar Geraldo, que, porém, foi reeleito à Assembleia. Como colheu retumbante fracasso, Chico apelou. No maior lance do acordo e principal “cartada” contra Geraldo, anulou os vereadores petistas e “entregou” a presidência da Câmara a Ney – ao contrário da posse do início da legislatura, quando interferiu explicitamente para barrar Ney para comandar a Casa.

Com a intervenção do PT nacional, inclusive “enquadrado” pelo líder maior do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Chico teve, porém, que desistir do plano de rejeitar o “companheiro” de legenda e afagar Ney, pelo menos em público, e “engolir” Geraldo, na expressão de “geraldistas”. Pressionado diante do cenário bélico da pré-disputa municipal entre Geraldo e Ney, com ataques violentos do vereador ao PT, Chico teve que “sair do armário” político e declarar apoio a Geraldo.

Com a cassação de Ney, a vice-presidente Rosana do Arthur (PMDB) assume o comando da Câmara. Apesar de a notificação ter ocorrido nesta quarta-feira, a ordem do dia (pauta de votações) da Casa foi mudada às pressas nesta terça-feira e passou a ter a assinatura de Rosana, apurou o VERBO. A matéria também foi alterada, e passou a constar como única, a apreciação das contas de Chico Brito referentes a 2012, que pode reservar surpresas com a cassação de Ney.

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