Paixão de Cristo no Pirajuçara tem ressurreição e promete ‘inovar’ ano que vem

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Pirajuçara, em Taboão da Serra

Depois de representar a crucificação e morte de Jesus, na Sexta-feira Santa, a 15ª Paixão de Cristo no Pirajuçara teve conclusão na noite deste domingo de Páscoa (27) com o ato da ressurreição do Senhor, encenada ao “terceiro dia”, fiel ao evangelho. Após realização de missa campal, parte do elenco de 65 pessoas voltou à rua atrás do Poupatempo para dramatizar o acontecimento central da fé dos cristãos. Cerca de 500 fiéis presentes vibraram ao celebrar que “Ele vive”.

Cena da ressurreição de Jesus da 15ª Paixão de Cristo no Pirajuçara, concluída neste domingo de Páscoa (27)

Como epílogo da 15ª Paixão, em pouco mais de dez minutos, os jovens atores da Paróquia São João Batista encenaram outras sete passagens bíblicas: o pavor de soldados que guardavam o túmulo de Jesus após tremor de terra para surgir o anjo do Senhor, Maria Madalena e outra Maria diante de Cristo recém-saído do sepulcro, os discípulos de Emaús esmorecidos até reconhecerem o mestre na partilha do pão, a aparição do messias diante dos apóstolos e de Maria.

O público viu Cristo falar para Tomé (vivido por Almir Sales) tocar as chagas da crucificação para não ser incrédulo, em ensinamento sobre o valor da fé. “Você acreditou porque viu. Felizes os que acreditaram sem ter visto”, disse o Senhor. Depois, o mestre indagou três vezes Pedro (papel de Fernando Rieg) antes de o incumbir a “apascentar minhas ovelhas” – guiar a igreja que fundou. Em seguida, Cristo ressuscitou ao aparecer no “céu” – em pé sobre rampa atrás do palco.

O semblante de dor e até choro, na sexta-feira, deu lugar a alegria contagiante do elenco e espectadores, que cantaram louvores ao ressuscitado. “É uma emoção muito grande, representar Jesus é algo magnífico, é sentir um pouco o que ele passou por nós, a emoção aflora”, disse Marcelo Lima, 34, que ficou mais sensibilizado com a cena da morte na cruz. “Passar pela crucificação, mesmo simbolicamente, e ver as pessoas se emocionando me tocou bastante”, contou.

“Isso me fez ficar um católico, um cristão mais vivo, mais esperançoso, a fé, com certeza, aumentou. Foi uma felicidade imensa poder participar da encenação e fazer o nosso Senhor”, continuou Lima. Ele disse esperar que com a encenação as pessoas tenham nutrido sentimento de que “o nosso Deus é infinito, e para todo sempre, jamais morrerá”. “Poder representar Jesus e ver as pessoas se emocionando mostra que ele viverá eternamente”, enfatizou o protagonista.

Público acompanha ato da ressurreição e explode de alegria ao ver cena de Cristo subir ao “céu” atrás do palco

A diretora-geral Claudilene Santos avaliou como positiva a 15ª Paixão apesar dos “trancos e barrancos”. “Esse palco não é de teatro, a cada um metro e meio tem um ferro no meio, dificulta a visão de quem está assistindo e para nós que vamos atuar”, disse. O vice-prefeito Laércio Lopes participou da missa, mas não ficou na cena final. Pároco local, o padre Kieran Ridge agradeceu pelo apoio e disse que Laércio é quem “abre as portas” da prefeitura para a paróquia.

Apesar dos percalços, Claudilene se disse realizada, ao revelar, rindo, ter exercido a direção com pulso firme. “A gente tem que ser brava, ser séria para o negócio sair. Mas vendo as pessoas chorarem de emoção a gente se sente com a missão cumprida, vê que soube passar o evangelho”, disse. Ela prometeu “novidades no ano que vem, inovar”, mas não quis adiantar os planos para a 16ª Paixão. “A gente vai contar a mesma história, mas de maneira diferente”, garantiu.

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