RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Empresários e secretários municipais de Embu das Artes se reuniram na sede da Acise (Associação Comercial e Industrial de Embu), no centro, na segunda-feira (1º), para discutir as ações do poder público municipal para o combate às enchentes na cidade. Moradores e comerciantes sofreram prejuízos com as cheias, principalmente na avenida Elias Yazbek na altura do Pronto-Socorro Central, nos dias 19 e 26 de dezembro. Após o Natal, a prefeitura também alagou.
O geólogo Paulo Brandão, da Defesa Civil, falou que as obras de desassoreamento dos córregos que passam pela região central estão em andamento, porém, de forma ainda não efetiva, por conta de a prefeitura não dispor de um maquinário adequado. Segundo ele, a administração municipal terá dificuldades de executar o serviço até que a máquina específica chegue à cidade. “Enquanto ela não chega, a máquina [que a prefeitura possui] vai fazendo outros serviços. Acredito que até o fim de fevereiro o trabalho [com a nova máquina] já vai estar em andamento”, disse.
O secretário de Obras, Nelson Pedroso, falou que a prefeitura tem dificuldade no combate à enchente na região do PS Central, um dos pontos mais críticos. Segundo Pedroso, a água que inunda a avenida não é do córrego, mas vem de outros bairros. “Ali em frente ao posto de saúde [PS Central] é um problema grave, aquela água vem do Jardim Magali e desce tudo ali, a chuva vem muito forte. A água em vez de entrar no rio, ela devolve [para a avenida]”, disse Pedroso.
A solução, segundo o secretário, seria construir uma espécie de “panelaço” que serviria para receber a água que chega à região em dias de chuva. A ideia é que a construção seja feita em um galpão que era usado para fabricar móveis, mas para isso será necessária uma conversa com o dono da propriedade, disse. Diante disso, empresários questionaram os prazos e o planejamento da prefeitura e cobraram rapidez nas ações. Alguns falaram que grandes empreendimentos da região contribuem para o agravamento das enchentes devido a suas obras que não dão vazão às águas da chuva.
No dia 27 de dezembro, depois da segunda enchente no centro, o vice-presidente da Acise Hillmann Albrecht usou o perfil da associação no Facebook para criticar o governo Chico Brito (PT) e questionou a gestão por alardear pesquisa de uma revista pela qual a cidade é a décima melhor de se viver diante de problemas crônicos como os alagamentos. Pego de surpresa, o presidente da Acise, Batista Rodrigues, mandou imediatamente apagar a mensagem incômoda.
Após o VERBO publicar reportagem com posicionamento de Hillmann, Batista justificou não concordar e criticou o colega de diretoria. “Todos os secretários da prefeitura, quando solicitados, prestam esclarecimentos necessários aos nossos associados. Estiveram no dia 22 de dezembro esclarecendo sobre a enchente e providências que irão tomar! Devemos tratar os assuntos com responsabilidade! A Acise tem um presidente que fala pela entidade”, declarou.
Apesar de criticar veementemente o governo municipal, Hillmann, que representa a indústria na associação, não esteve presente à reunião com os representantes da administração, da qual participaram 30 empresários, recebidos pelo presidente Batista. Compareceram à “prestação de contas” os secretários de Desenvolvimento Urbano, José Ovídio, e de Transportes, Francisco Pereira “Kal”, e o engenheiro da prefeitura Francisco Marques, além de Pedroso (Obras).
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