ANA CAROLINA RODRIGUES
Especial para o VERBO ONLINE
O Ministério Público de São Paulo e policiais militares, inclusive da Rota, tropa de elite da PM, realizaram nesta sexta-feira (27) uma megaoperação em Itapecerica da Serra que prendeu 14 acusados de fraude na contabilidade da Câmara dos Vereadores, um rombo de R$ 2,5 milhões apenas no ano de 2013. A Justiça emitiu, no total, 16 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão de documentos, no maior escândalo de corrupção na história recente do município.
Foram presos os vereadores Cícero Costa (PSDB), presidente da Câmara na época do desvio, Cléber Bernardes (PMDB) – que, oficialmente, seguia licenciado e secretário de Obras do prefeito Amarildo “Chuvisco” -, e Hércules da Farmácia (PMDB), e os ex-vereadores Zé Maria (PSD) – que no mandato estava no PT -, Tonho Paraíba e Tupinambá Lombardi. O vereador Fabinho Gêmeos (PV) e o ex-vereador Clóvis Pinto também tiveram prisão decretada, mas estão foragidos.
Também foram presos Jorge Isao Takada, diretor do setor de finanças da Câmara, então o principal acusado do desvio, e Sônia Valéria de Oliveira, diretora administrativa da Casa, entre outras oito pessoas, que incluem familiares de Cícero e de Takada. Durante sindicância da Câmara, Takada e as auxiliares Eduarda Rosana dos Anjos Silva e Fabiane Teles dos Santos confessaram a fraude e foram exonerados, mas, após prestarem depoimentos, respondiam em liberdade.
As prisões resultam de investigação iniciada em janeiro, após o Tribunal de Contas do Estado detectar o sumiço de R$ 2,5 milhões da Câmara. A força-tarefa reuniu 20 promotores de comarca não só do município e 200 PMs — homens da Rota cercaram duas mansões e chegaram a tentar entrar por janelas. Batizada de “Redenção”, a operação resume o sentimento da população. “Eu luto por isso [prisão dos envolvidos], me sinto roubada”, disse uma moradora ao VERBO.
> Colaborou o repórter Adilson Oliveira, especial para o VERBO ONLINE