Vizinhos a EMI chamam Zoonoses e protestam; governo Fernando ‘não se mexe’

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Pais de alunos e uma professora que diz ser vítima de assédio moral chamaram neste segundo semestre a atenção para o estado degradante do local da EMI (Escola Municipal Infantil) Pica-Pau Amarelo, no Jardim Clementino (região do Pirajuçara), mas ainda no ano passado moradores solicitaram limpeza e conservação do terreno e chegaram a fazer abaixo-assinado com pedido de providências. O governo Fernando Fernandes (PSDB), porém, não moveu uma palha.

Morador mostra abaixo-assinado por limpeza de terreno e esgoto a céu aberto ao lado de EMI no Clementino

Indignados, vizinhos apontam que a escola que recebe crianças pequenas fica em um terreno baldio abandonado com entulho, lixo e esgoto que corre a céu aberto e divide espaço com ratos, escorpiões e pode conter focos do mosquito da dengue. Relatam que os roedores andam no telhado da EMI e animais entram no terreno e acabam morrendo. Diante do insuportável cheiro de carniça, os próprios moradores são obrigados a entrar no local e retirar os bichos mortos.

Moradores acionaram o Centro de Controle de Zoonoses, em vão. “Cito a EMI Pica-Pau, onde ratos passavam por cima das caixas-d’água, e as caixas estavam quebradas. Pedi para a Zoonoses ir jogar alguns medicamentos nas residências, eu saí em casa em casa pedindo para autorizarem a Zoonoses a entrar, mas nada foi feito”, diz Vanessa Alves, vizinha à EMI. Em março, ela publicou no Facebook fotos da área tomada pelo mato e em péssimas condições de saneamento.

“Estou compartilhando com vcs a minha indignação! Pois há mais de um ano eu venho pedindo ajuda aos governantes para limparem esse campo, onde existe uma escola municipal infantil, EMI Pica-Pau Amarelo, e não é tomada nenhuma providência. Nesse mesmo local existem vários insetos, incluindo o da dengue, ninhos de ratos e até escorpiões. Olhem aí o esgoto a céu aberto, olhem aí o abandono do campo”, diz Vanessa no “recado” aos políticos. “Cansamos”, completa.

“Isso mesmo, apoiada. Fico triste, pois morei aí e nunca vi esse campo desse jeito. É uma pena, pois é um ótimo espaço para lazer”, comentou Vera Guarento. O acesso à EMI também é precário, com rua de terra e praticamente deserto – por dentro do terreno do Centro Cultural Pirajussara, desativado –, que não oferece segurança, com vários pontos para bandidos se esconderem. No local, “quando não chove é muita poeira, quando chove é muita lama”, diz mãe de aluno.

A professora Sandra Fortes acusa a administração municipal de assédio moral pela “transferência compulsória” para trabalhar na escola no local degradado. Informado de que vizinhos à EMI relatam que no terreno da escola “há diversos animais peçonhentos que oferecem riscos a alunos e moradores” e que “foi encaminhado abaixo-assinado à prefeitura no ano passado para manutenção do terreno e trabalho da Zoonoses”, o governo Fernando Fernandes não respondeu.

Terreno baldio com entulho, lixo e esgoto; EMI (esq.) divide espaço com ratos, escorpiões e focos de dengue

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